«Ter filhos é geralmente
considerado um acontecimento positivo da vida que pode impedir as
pessoas de porem termo às suas vidas», refere Ping Qin, autor
principal de um estudo realizado com mais de 18 mil indivíduos na
Dinamarca. Ser pai ou mãe é, portanto, um forte adesivo à vida, isto
porque é possível que «a presença de crianças possa aumentar os
sentimentos de auto-estima dos pais, possivelmente baseados na
percepção de que são necessário», adianta a equipa.
Como chegaram a este resultado? A amostra é
constituída por 18 611 indivíduos que se suicidaram na Dinamarca entre
1981 e 1997 e por um grupo de controlo. Comparando as informações
recolhidas em ambos os grupos, concluiu-se que 47 por cento das
pessoas que se suicidaram não tinha filhos e 39 por cento dos
elementos do grupo de controlo também não. Menos de 23 por cento das
vítimas de suicídio tinha dois ou mais filhos, assim como 27 por cento
dos indivíduos usados para controlo dos dados. No que toca a pessoas
que tinham um filho com menos de dois anos, apenas dois por cento das
pessoas que se suicidaram apresentavam este tipo de parentesco,
enquanto a percentagem era maior no grupo controlo (quatro por cento).
Este trabalho, segundo os investigadores,
mostra que os laços biológicos e psicológicos que unem os pais aos
filhos actuam como algo que faz os progenitores sentirem-se
protectores, úteis, necessários. Uma espécie de «cola» à vida.
O trabalho foi publicado Arquivos de
Psiquiatria Geral (Estados Unidos), na edição de Agosto.
Fonte: Agência Lusa
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