Lusa - 05 Dez 06

Referendo: "Não Obrigado" desafia...

A Plataforma "Não Obrigada" prometeu hoje uma " campanha moderna não agressiva" no referendo sobre o aborto e desafiou o Governo , caso o "Não" vença, a aplicar o dinheiro "gasto em clínicas" em políticas de a poio à família.

"Lançamos um repto aos responsáveis neste país: Quando o 'Não' vencer [ o referendo] que o gasto a financiar clínicas seja gasto a apoiar famílias que q uerem ter os seus filhos", afirmou a médica Isabel Neto na apresentação do movim ento, no Centro de Congressos de Lisboa (ex-FIL).

Entre os apoiantes do movimento, que se apresenta como apartidário, est ão, além de dirigentes de associações de apoio a mulheres grávidas e famílias, v ários ex-ministros e antigos dirigentes do CDS-PP, como Luís Nobre Guedes, prese nte na cerimónia, ou do PSD, como Nuno Morais Sarmento.

Na lista de mandatários do "Não Obrigado" estão nomes como Alexandre Re lvas, ex-mandatário da candidatura presidencial de Cavaco Silva, mas também as d eputadas do PS Matilde Sousa Franco e Teresa Venda e a deputada do PSD Zita Seab ra.

Para o movimento, o que está em causa na consulta de 11 de Fevereiro de 2007 é a "liberalização total do aborto até às 10 semanas" e essa será, desde j á, uma das ideias fortes da campanha.

No manifesto, apresentado por quatro membros do movimento, há quatro id eias-chave a desenvolver, a começar pela máxima de que "o feto é um ser humano c onhecido e directamente observável" e, com poucas semanas, "já se vê o coração b ater".

Para a psiquiatra Margarida Neto, o aborto tem "efeitos destrutivos par a a mulher", seja ele legal ou clandestino, e "é contrário à natureza da mulher e à natureza da vida".

Além disso, segundo "estatísticas europeias", a "liberalização do abort o" em vários países da Europa resultou num "aumento do número de abortos" e "não resolveu os problemas sociais".

Por fim, o movimento "Não Obrigada" recusa que o Serviço Nacional de Sa úde (SNS) gaste dinheiro dos impostos dos portugueses a "financiar clínicas de a borto".

No início da sessão, foram apresentados os resultados de uma sondagem e fectuada pela Universidade Católica segundo a qual a maioria dos inquiridos é da opinião que vida humana começa "desde o momento da concepção" (54,2 por cento) ou "desde o momento em que bate o coração" (20,7 por cento).

Outro dado da sondagem é que 75,6 por cento das mulheres ouvidas respon deram que, caso atravessassem um momento de dificuldade ou dúvida sobre a sua gr avidez, gostariam de ser ajudadas e apoiadas para poderem ter o bebé.

A lista de mandatários inclui ainda os médicos Gentil Martins, Fernando Maymone Martins, João Paulo Malta, os advogados António Pinto Leite (PSD), Antó nio Lobo Xavier, Isabel Amado, Isilda Pegado, a escritora Maria João Lopo de Car valho, os jornalistas Ribeiro Cristóvão e Áurea Miguel, da Rádio Renascença, a v ereadora de Lisboa do CDS-PP Maria José Nogueira Pinto ou ainda o politólogo Nun o Rogeiro.

NS.

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