Diário de Notícias - 9 de Fevereiro

Drogas, álcool e sexo na juventude

O álcool e a droga geram uma maior actividade sexual. Um estudo apresentado na Universidade de Columbia, em Nova Iorque, concluiu que 43 por cento dos jovens americanos, dos 15 aos 24 anos, "poderão ter mais relações sexuais do que eles próprios tinham previsto, devido ao álcool ou drogas". Entre a população sexualmente activa, 23 por cento revelou mesmo não utilizar contraceptivos quando se encontravam ébrios ou sob o efeito de estupefacientes.

"Ligações Perigosas: Abuso de Substâncias e Comportamento Sexual" é o título do estudo elaborado pela Fundação da Família Kaiser, que pretendeu analisar a actividade sexual da juventude americana, relacionando-a com o consumo de drogas e bebidas alcoólicas.

O estudo incidiu sobre um universo de 998 jovens, entre os 15 e os 24 anos, tendo respondido também aos inquéritos 202 adolescentes, entre os 13 e os 14, a quem não foram feitas perguntas quanto à sua vida sexual pessoal.

Os jovens sentem uma grande necessidade de desinibição para poderem passar à prática sexual, pelo que procuram a ajuda de substâncias como o álcool e a droga. Segundo esta recente investigação, um em cada cinco adolescentes, entre os 13 e os 19 anos, admitiram ter bebido no dia em que tiveram a sua primeira relação sexual.

Apurou-se ainda que os jovens, com 15 ou mais anos, são sete vezes mais propícios a ter sexo quando bebem e cinco vezes mais quando tomam drogas. Nestas situações, existe uma maior tendência para a diversidade e casualidade dos parceiros sexuais e para o uso irregular de contraceptivos.

O facto de as drogas e o álcool influenciarem o comportamento sexual não é nenhuma novidade. Aquilo que, segundo Matt James, vice-presidente da Fundação responsável pelo estudo, constitui algo de novo para a comunidade científica são os dados que nos permitem determinar a dimensão dos efeitos destes químicos no comportamento juvenil.

"Pretendemos chamar a atenção das pessoas envolvidas na vida dos jovens", afirmou James, acrescentando que "quando se fala com eles acerca de drogas e álcool, é igualmente necessário falar de sexo. Eles precisam de saber que, quando aqueles dois factores se juntam, poderão ser arrastados para uma situação complicada".

Joseph Califano Jr., ex-secretário da Saúde norte-americano, advertiu para o facto de que "quando se mistura bebida com drogas e sexo, poder-se-á passar para um mundo de perigos, nomeadamento quanto ao contágio do vírus da sida, doenças sexualmente transmissíveis, gravidez na adolescência e violações".
 

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