Público - 4 Fev 04

Provas de Aferição Vão Ser Feitas por Todos Os Alunos do 9º Ano
Por ISABEL LEIRIA

Ao contrário do que aconteceu em 2003, as provas de aferição de Matemática e Língua Portuguesa vão ser feitas este ano, não por uma amostra, mas por todos os alunos do 9º ano. A necessidade de "aproximar o tipo de provas realizadas por estes estudantes do modelo de avaliação externa prevista para 2005" - ou seja, a criação de exames nacionais a estas duas disciplinas justifica a alteração.

De acordo com o despacho da Secretaria de Estado da Educação, publicado na semana passada, as provas de aferição, que têm como principal objectivo avaliar se as competências consideradas essenciais no final de cada ciclo do ensino básico estão a ser adquiridas pelos alunos, continuarão a ser realizadas nos 4º e 6º anos apenas por uma amostra de escolas.

No ano passado, o método de amostragem foi aplicado para os três ciclos do ensino básico, num total de oito mil alunos. O Ministério da Educação (ME) entendeu que só assim a "recolha de informação seria compatível com a capacidade de análise e com a tomada de decisões sobre os resultados das provas realizadas". A verdade é que, apesar dos teste de aferição terem sido feitos em Maio, ainda não se conhecem as classificações referentes a 2003, estando a sua divulgação prevista para este mês, conjuntamente com as notas de 2002.

Estreadas em 2000, este é a terceira vez que as provas de aferição mudam de figurino, sendo certo que, em 2005, voltarão a sofrer alterações. A criação de exames nacionais no 9º ano às disciplinas de Português e Matemática fará com que as provas de aferição deixem de fazer sentido neste nível de escolaridade.

De resto, os testes continuam a ser anónimos e não têm qualquer consequência na avaliação de cada aluno, devendo realizar-se, se for como nos anos anteriores, em Maio. Mas as classificações que vierem a ser obtidas pelos estudantes do 9º ano poderão revelar-se de uma importância acrescida para os serviços do ME na avalição do nível de conhecimentos. É que, apesar de ainda não se saber o peso que irão ter os exames nacionais na classificação final da disciplina, eles serão determinantes para a conclusão do 3º ciclo.

Em relação a 2002, ano em que se estrearam os alunos do 9º na realização das provas de aferição, as médias nacionais foram negativas tanto a Matemática (40,1 por cento) como a Língua Portuguesa (45,8 por cento). Apenas no 4º ano as médias ficaram acima dos 50 por cento. No 6º ano registou-se o pior resultado de todos: 33,5 por cento de média a Matemática.

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