Público - 23 Jan 04
Genéricos Vendem 111 Milhões de Euros
Por J.F.C.
Os genéricos atingiram, no ano passado, vendas no valor de 111 milhões de
euros, mais do triplo do alcançado em 2002, que rondou os 33 milhões.
Estes remédios, cuja patente expirou e são comercializados a preços
inferiores aos medicamentos de marca, atingiram uma quota de mercado de
5,9 por cento, três vezes mais do que no ano anterior, revelam dados ontem
divulgados pelo laboratório de genéricos Ratiopharm.
O líder de vendas entre os genéricos é um medicamento contra as úlceras de
estômago cuja substância activa é o omeprazol. Os 12 genéricos existentes
desta substância venderam 28,3 milhões de euros, representando já mais de
metade do mercado global deste medicamento.
No segundo lugar das substâncias mais vendidas está a sinvastatina (um
medicamento anti-colesterol). A comercialização dos 10 genéricos
existentes alcançou 17,4 milhões de euros. No terceiro lugar surge o
genérico do Prozac, a fluoxetina, um anti-depressivo que facturou 8.9
milhões de euros.
A dominar o mercado português estão as multinacionais alemãs, que
representam cerca de 70 por cento do volume de vendas (60 por cento em
valor), com um leque alargado de medicamentos para cada doença. Na corrida
à produção de genéricos, os laboratórios portugueses ocupam o terceiro
lugar, com apenas 12 por cento, ultrapassados pelos espanhóis, cuja quota
é de 16 por cento, revelam dados da IMS, uma empresa de análise do mercado
farmacêutico.
Segundo um estudo da Ratiopharm, apesar do enorme crescimento do mercado,
a adesão aos genéricos continua a variar de distrito para distrito.
Portalegre, Santarém e Setúbal são as regiões com maior consumo destes
remédios (mais de seis por cento). Açores e Leiria são os distritos onde
estes medicamentos foram menos receitados.
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