Portugal Diário -
28
Jan 07
«A vida é bela, não podemos dar cabo dela»
Os movimentos pelo «não» defenderam este domingo na
Alameda, em Lisboa, que a vida é «uma causa sem fim»
no final de uma caminhada em q e participaram entre
oito a nove mil pessoas, segundo estimativas da PSP.
«Defender a vida é uma causa sem fim e nada nem
ninguém nos vai fazer parar até 11 de Fevereiro»,
disse Margarida Neto da «Plataforma Não Obrigada»
perante os milhares de manifestantes que quase
enchiam o relvado da Alameda Afonso Henriques, em
Lisboa.
A «Caminhada pela Vida», que se iniciou cerca das
14:00 junto à Maternidade Alfredo da Costa, terminou
na Alameda duas horas e meia depois, onde os
manifestantes foram recebidos por altifalantes de
onde saia o som do que a organização disse ser o
coração de um feto de 10 semanas.
Margarida Neto exortou os manifestantes a
manterem-se «unidos na defesa da vida», adiantando
que foi por causa da amizade e união entre os que
são contra a interrupção voluntária da gravidez (IVG)
que o «não» saiu vencedor no refer endo de 1998.
Na marcha, que contou com a presença de muitas
crianças e jovens, participaram movimentos cívicos
ligados à Igreja, associações de defesa dos idosos e
das crianças e grupos de escuteiros de todo o país.
Com o percurso organizado em sete etapas: concepção
(Maternidade Alfre do da Costa), nascimento (Praça
Duque de Saldanha), infância (Avenida Praia da V
itória), adolescência (Avenida do México), juventude
(Praça de Londres), idade a dulta (Avenida Guerra
Junqueiro) e idade dos avós (Avenida Guerra
Junqueiro).
Figuras como o líder do CDS-PP, Ribeiro e Castro, os
ex-ministros Bagão Félix e Pedro Aguiar Branco, a
fadista Kátia Guerreiro, a actriz Glória de Mato s
ou a escritora Rita Ferro juntaram-se aos milhares
de manifestantes que gritar am slogans como «Abortar
por opção quando já bate um coração? Não», «A vida é
bela não podemos dar cabo dela».
«Defensora acérrima da vida», a fadista Kátia
Guerreiro, uma das celebridades que se associou à
marcha defendeu a necessidade de a mulher se
responsabilizar pela própria vida «não a
sacrificando a interesses de momento, por vezes,
egoístas».
Reconhecendo que a opção pelo aborto não é tomada de
ânimo leve, aconselhou as mulheres a não adoptarem
uma atitude semelhante na altura da procriação para
não terem que passar pela «dolorosa» decisão de
abortar.
Para a fadista, qualquer mulher pode ter um filho,
mesmo que seja sozinha.