Jornal de Montemuro - 22 de Julho

Será que os doentes precisam de ouvir falar em eutanásia? 

Como é que um doente de cancro vê a eutanásia? 


Miami, Florida - «Oferecer a eutanásia como uma opção, faz com que o paciente se sinta um fardo para os seus entes queridos», diz Megaly Llaguno uma doente em fase terminal, que sofre de cancro, dedicou a sua vida na promoção do respeito pela vida humana. Em 1972, Llaguno, uma refugiada cubana nos Estados Unidos desde 1959, fundou o Comité Internacional Pró-Vida. Actualmente, é a directora da Human Life International para a América Latina. "Eu estou na fase terminal dum tipo de cancro chamado mieloma múltiplo, que é muito doloroso, e incurável," isto é, não reage à quimioterapia. "Julgando com os meus sentimentos, e daqueles que me rodeiam, eu posso dizer que a depressão é uma situação comum nestas circunstâncias", diz ela. "Contudo, o que um paciente precisa não é de uma pessoa que o 'ajude' a suicidar-se, que por acaso, conduz o 'ajudante' a cometer homicídio," acrescenta. "Eu penso sinceramente que quem oferece esta 'solução rápida, barata e fácil' irá começar a sentir-se como um pesado fardo entre os seus amigos mais próximos e na sociedade." 
De acordo com Megaly Llaguno, um paciente que se encontre em fase terminal "pode até sentir-se tentado ou obrigado a cometer suicídio." "Como o que precisamos é de uma atitude positiva para o nosso sistema imunitário funcionar devidamente, de modo a que no geral o nosso corpo esteja curado ou pelo menos recupere, uma atitude negativa pró-morte daqueles que nos rodeiam só torna as coisas mais difíceis," diz ela. 
Llaguno diz que pacientes na fase terminal precisam de "compaixão real" e não de "compaixão aparente," assim como a "oferecida por aqueles que promovem a eutanásia e o suicídio". Megaly concluiu que "nós precisamos dum ouvido amigo, de uma palavra simpática a cada momento mas, sobretudo, precisamos de amor compassivo daqueles que nos rodeiam". 
 

[anterior]