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OBSERVATÓRIO PARA OS ASSUNTOS DA FAMÍLIA
C O M U N I C A D OA FAMÍLIA ESTÁ EM ACELERADA TRANSFORMAÇÃO EM PORTUGAL Nas projecções da população realizadas pelo INE até ao ano 2050, publicadas em 12 de Junho do corrente ano, confirma-se a tendência para o duplo envelhecimento da população portuguesa. A proporção de jovens atingirá um valor relativo que oscila entre os 16% e os 9% e a proporção de pessoas com mais de 65 anos duplicará atingindo valores que se aproximam dos 30%. Em qualquer dos cenários, a percentagem de idosos mantém-se superior à dos jovens, facto que explica o aumento do Índice de Envelhecimento onde se prevê, no cenário mais extremo, que possa atingir os 395 idosos por cada 100 jovens em2050, ou seja, quadriplicando o valor de 2000 (102,2). O processo do envelhecimento demográfico é fundamentalmente devido ao declínio da fecundidade acompanhado de um aumento da duração média de vida. Estes factores levam a que a possibilidade de retoma da fecundidade assumida em alguns cenários e as migrações possam atenuar o fenómeno mas nunca a fazê-lo desaparecer por completo. A sociedade portuguesa nos próximos 50 anos, tal como a de todos os países desenvolvidos, será necessariamente uma sociedade muito envelhecida, com quase 1/3 da população com mais de 65 anos, reduzida importância da juventude e uma diminuição da população em idade activa. Esta modificação abala a estrutura e as relações dentro da família e cria potenciais limitações económicas para a capacidade de transferência de recursos dos activos para os não activos. A sustentabilidade do capital social(educação, saúde, justiça, cultura) e a coesão do tecido social e económico da sociedade portuguesa só será possível se existir uma estratégia global da idade e não apenas da juventude, da população activa, da terceira idade onde a política familiar, a sociedade e as famílias desempenhem um papel importante no reforço da solidariedade entre gerações, na transmissão dos valores, na realização dos seus membros. Assim se contribui para a superação das limitações cada vez maiores da acção do Estado de forma a assegurar a qualidade de vida de todos para que a vida seja um projecto ao longo de toda a vida. Se assim for, apesar da sua acelerada transformação, a família realizará a sua essência e as suas expectativas.
Lisboa, 23 Junho 2003 |
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