Portugal Diário - 24 Jun 03
PP preocupado com televisão
Populares encerram jornadas parlamentares com apresentação de dois
projectos-lei
O CDS-PP encerra terça-feira as suas jornadas parlamentares com a
apresentação de dois projectos-lei do partido, um sobre conteúdos
televisivos e outro que visa reforçar os poderes de intervenção do
Parlamento em iniciativas europeias.
Em matéria de audiovisual, o projecto do PP pretende introduzir uma
classificação para os programas de televisão, à semelhança do que
acontece nos filmes, numa iniciativa que será
quarta-feira apresentada no Parlamento.
O projecto do CDS-PP preconiza a criação de uma entidade que possa, através
de visionamento prévio dos programas, classificá-los, garantindo desta
forma a sua passagem no horário mais adequado.
O outro projecto dos populares que hoje será explicitado visa dotar o
Parlamento de meios eficazes que possam garantir «um efectivo direito de
análise das iniciativas da União Europeia».
Por outro lado há menos alunos a beber ocasionalmente bebidas alcoólicas,
mas o estado de embriaguez é mais frequente. No ano passado, 19,2 por
cento afirmaram já ter ficado bêbedos entre uma e três
vezes, enquanto 5,3 confessaram ter apanhado quatro ou
mais bebedeiras - "o que já é considerado um
comportamento regular"; 75,5 por cento dos alunos nunca se embriagaram.
Se é verdade que os rapazes consomem mais álcool e drogas do que as
raparigas, já no que diz respeito ao consumo de cigarros os
comportamentos delas estão a aproximar-se rapidamente dos
deles. "Em Portugal, por exemplo, 37,8 por cento dos
rapazes já experimentaram tabaco, o mesmo tendo
acontecido com 36,4 por cento das raparigas", diz Margarida Matos. "O
consumo diário é muito mais baixo: 8,8 por cento nos rapazes e 8,1 nas
raparigas", acrescenta.
Há grupos sócio-económicos de risco? "Neste caso a análise não foi feita
ainda, mas sabemos já que os miúdos que têm mais insucesso escolar ou que
não são portugueses (e seis por cento não são) têm um estatuto agravado
em termos de vários indicadores de risco", afirma a
investigadora, que coordenou uma equipa constituída por
dez investigadores da FMH e do Instituto de Higiene e
Medicina Tropical.
Margarida Matos sublinha, finalmente, que também se "pode ver alguma coisa
positiva" nos indicadores encontrados. "Os nossos jovens podem estar mais
libertos para a falar das coisas, para assumirem os consumos que
efectivamente têm", o que se calhar não acontecia dantes.
O projecto "A saúde dos adolescentes portugueses" foi financiado pela
Fundação para a Ciência e Tecnologia e pela Comissão Nacional da Luta
contra a Sida. Os resultados obtidos vão integrar o
estudo "Health Behaviour in School-aged children" 2002,
da Organização Mundial de Saúde, onde se comparam as
atitudes e comportamentos dos adolescentes de 35 países. Os
questionários feitos aos jovens são iguais em todos os estados
participantes no estudo. Os resultados serão conhecidos
em Outubro. É a terceira vez que Portugal participa no
projecto internacional.
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