A avaliação dos manuais
escolares e a deslocação de sete
mil professores para ensinar
inglês no primeiro ciclo são
duas das medidas anunciadas pela
ministra da Educação em
entrevista ao Diário de
Notícias desta sexta-feira.
Na sua primeira entrevista desde
que tomou posse, Maria de Lurdes
Rodrigues anuncia que o Governo
está a estudar um método para
poder avaliar os livros
escolares disponíveis no
mercado, tal como está definido
na lei «há muito tempo».
«Neste momento já está a
decorrer um estudo internacional
de comparação das práticas
educacionais e esperamos, até
Outubro, definir um modelo. É
imperioso», diz a ministra em
entrevista publicada na edição
de hoje do jornal.
A ministra admite que a
avaliação dos manuais escolares
possa provocar a contestação das
editoras, mas entende que esta é
uma medida «muitíssimo
importante» para acabar com a
situação caótica de «chegar a
haver 20, 30 livros escolares
para uma disciplina do primeiro
ciclo».
«É um mercado completamente
desregrado, não tem havido
nenhuma intervenção que dê
orientação às editoras. E o
resultado são péssimos manuais
no mercado, uma concorrência
desproporcionada, um desnorte
completo porque um professor não
tem capacidade para seleccionar
entre 30 manuais da sua
disciplina», explica.
Na entrevista, Maria de Lurdes
Rodrigues anuncia ainda que já
em Setembro sete mil professores
serão deslocados para as escolas
para ensinar inglês aos alunos
das antigas terceira e quarta
classe (3º e 4º anos do ensino
básico actual).
Outra das medidas avançadas pela
ministra é o fim das acumulações
de funções dos professores, o
que permitirá «criar
oportunidades para jovens
diplomados» num cenário de
diminuição da população
estudantil.
Segundo a ministra da Educação,
existem actualmente pelo menos
dez mil professores com funções
acumuladas e autorizadas pelo
ministério. Com o número de
alunos a decrescer, a ministra
volta a falar na alteração do
regime de acumulação para que
sejam criadas oportunidades para
os jovens licenciados.
«Novos docentes podem entrar
para os centros de formação,
para as escolas do ensino
privado e cooperativo. No fundo,
para todos os subsistemas que
sobrevivem com os recursos do
Ministério da Educação»,
defendeu a ministra. «Pode-se
sempre invocar o regime de
incompatibilidade, isso passa-se
noutras profissões», argumentou.