Portugal Diário- 17 Jun 05
 

Educação quer avaliar manuais escolares

Sete mil professores serão deslocados para ensinar inglês nos 3º e 4º anos do ensino básico, anunciou ministra

A avaliação dos manuais escolares e a deslocação de sete mil professores para ensinar inglês no primeiro ciclo são duas das medidas anunciadas pela ministra da Educação em entrevista ao Diário de Notícias desta sexta-feira.

Na sua primeira entrevista desde que tomou posse, Maria de Lurdes Rodrigues anuncia que o Governo está a estudar um método para poder avaliar os livros escolares disponíveis no mercado, tal como está definido na lei «há muito tempo».

«Neste momento já está a decorrer um estudo internacional de comparação das práticas educacionais e esperamos, até Outubro, definir um modelo. É imperioso», diz a ministra em entrevista publicada na edição de hoje do jornal.

A ministra admite que a avaliação dos manuais escolares possa provocar a contestação das editoras, mas entende que esta é uma medida «muitíssimo importante» para acabar com a situação caótica de «chegar a haver 20, 30 livros escolares para uma disciplina do primeiro ciclo».

«É um mercado completamente desregrado, não tem havido nenhuma intervenção que dê orientação às editoras. E o resultado são péssimos manuais no mercado, uma concorrência desproporcionada, um desnorte completo porque um professor não tem capacidade para seleccionar entre 30 manuais da sua disciplina», explica.

Na entrevista, Maria de Lurdes Rodrigues anuncia ainda que já em Setembro sete mil professores serão deslocados para as escolas para ensinar inglês aos alunos das antigas terceira e quarta classe (3º e 4º anos do ensino básico actual).

Outra das medidas avançadas pela ministra é o fim das acumulações de funções dos professores, o que permitirá «criar oportunidades para jovens diplomados» num cenário de diminuição da população estudantil.

Segundo a ministra da Educação, existem actualmente pelo menos dez mil professores com funções acumuladas e autorizadas pelo ministério. Com o número de alunos a decrescer, a ministra volta a falar na alteração do regime de acumulação para que sejam criadas oportunidades para os jovens licenciados.

«Novos docentes podem entrar para os centros de formação, para as escolas do ensino privado e cooperativo. No fundo, para todos os subsistemas que sobrevivem com os recursos do Ministério da Educação», defendeu a ministra. «Pode-se sempre invocar o regime de incompatibilidade, isso passa-se noutras profissões», argumentou.

[anterior]