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O
candidato ao Parlamento Europeu, Sérgio
Marques, que concorre a novo mandato na
lista da coligação Força Portugal,
recebeu ontem os responsáveis pela
Delegação na Madeira da Associação
Portuguesa de Famílias Numerosas.
À saída do encontro, o candidato referiu
aos jornalistas estar preocupado com a
situação da natalidade na Europa, que
está a ficar grave, apesar de na Madeira
os números ainda não serem preocupantes.
“A Europa despovoa-se e envelhece, não
sendo capaz de repor essa população”.
Deu, então, o exemplo de Espanha, que
dentro de 25 anos, terá perdido 9
milhões de habitantes, se continuar a
existir esta tendência demográfica.
Mas tendo em conta que 75 por cento do
crescimento demográfico da Europa faz-se
com base na imigração e não baseada na
natalidade, “os apoios a dar e as
políticas de família, assumem uma
importância crucial”, sobretudo quando
se trata de famílias numerosas.
A família, recordou, é “uma célula
fundamental na sociedade”, seja de
transmissão de valores ou na
solidariedade intergeracional, por isso,
declarou o candidato, “tem de ser
apoiada neste quadro demográfico”. Foi
esse, exactamente, o mote do encontro
ocorrido no Gabinete do Deputado
Europeu, que abordou “as questões
ligadas à fiscalidade”, como as cem
medidas apresentadas recentemente pelo
Governo da República para apoiar a
família.
Por outro lado, Sérgio Marques
identifica os problemas que as famílias
enfrentam, pois “sabemos quão difícil é
conciliar a vida pessoal com a
profissional” e o seu impacto na
natalidade, ainda que seja necessário
realçar que actualmente a média de 1,2
filhos por família se deve a uma nova
postura cultural e não tanto a
dificuldades económicas.
Europa deveria vir no fim
Apesar de reconhecer que cada vez mais
muilheres, hoje, trabalham e isso as
inibi de ter mais filhos, como acontecia
há três ou quatro décadas, a verdade é
que os Estados-membros têm de evitar que
a Europa “desapareça”, ironizou Sérgio
Marques.
Mesmo assim, reconhece que todas estas
preocupações devem ser tomadas em
diversos níveis de decisão, como tem, de
resto, acontecido em algumas autarquias,
que praticam preços mais baixos na
cobrança da água às famílias numerosas.
O eurodeputado refere, a esse propósito,
que “temos também responsabilidades ao
nível regional pela criação de medidas,
ao nível nacional e, também, porque não,
ao nível europeu”.
Este, no entanto, deveria ser, na sua
opinião, o “nível menos indicado para
adopção das medidas, que devem ser
tomadas o mais próximo possível das
pessoas” e a Europa deve ser poupada
para “uma reflexão, um debate, as
comparações entre os diversos países”
para estimular uns estados a adoptar
medidas de outros que sejam exemplos a
seguir. |