Portugal Diário - 02 Mai 06

«As coisas não vão bem» no secundário, diz ministra

 

Taxas de reprovação e abandono no 12º ano atingem metade dos alunos

A ministra da Educação, Maria de Lurdes Rodrigues, considerou hoje «dramático» o estado em que se encontra o ensino secundário, salientando que as taxas de reprovação e abandono no 12º ano atingem metade dos alunos. A notícia é avançada pela Agência Lusa.

«As coisas não vão bem», repetiu várias vezes a ministra num encontro com mais de 600 responsáveis dos conselhos directivos de todas as escolas do norte do país, em Paços de Ferreira.

«Trinta e cinco por cento dos que andam no ensino secundário vão reprovar ou abandonar, mas no 12º ano a situação é mais grave e atinge 50 por cento do s alunos», afirmou Maria de Lurdes Rodrigues.

Segundo a ministra, «as escolas secundárias estão há muito tempo sentadas à lareira», situação que para ser alterada «necessita do esforço de todos».

«Temos de apostar na diversificação da oferta educativa», disse a ministra relativamente ao ensino secundário, onde o abandono é muito significativo.

«Temos 400 mil jovens com menos de 24 anos com o ensino secundário incompleto, alguns com poucas disciplinas por concluir e é preciso fazer regressar estes jovens às escolas», frisou a ministra.

No encontro, destinado a fazer um diagnóstico da actual situação do ensino e a preparar o arranque do próximo ano lectivo, a ministra evocou também «os problemas graves do primeiro ciclo».

«Temos professores a mais e com fracas competências», nomeadamente «no estudo do meio, no estudo da língua e na matemática», referiu.

A ministra, que estava acompanhada pelo secretário de Estado da Educação, Valter Lemos, quer que os trabalhos de casa dos alunos do 1º ciclo passem a ser feitos também na escola e que todas as crianças tenham 25 horas da componente lectiva por semana.

As outras actividades extra-curriculares, como a música, o desporto, o inglês ou a informática, que representam mais dez horas semanais, não poderão interferir na componente lectiva, defendeu Maria de Lurdes Rodrigues.

«Se uma criança não aprender a nadar aos seis, sete ou dez anos isso não compromete o seu futuro escolar, mas se uma criança não aprender a ler tem o seu futuro escolar comprometido», disse a ministra.

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