Público - 22 Out 04
Défice na
Educação Compromete Desenvolvimento Económico
Por LORER
SUSTO EA FEU FACI
O ex-ministro
Mira Amaral apontou ontem o défice em termos de formação, educação e
qualidade dos recursos humanos como um obstáculo ao desenvolvimento
da economia portuguesa, durante a abertura do XV Congresso Nacional
da Ordem dos Engenheiros.
"Temos um
défice enorme em termos de formação e qualidade dos recursos
humanos", disse, apontando as falhas na educação como "um muro a
vencer por Portugal para entrar na economia do conhecimento".
O ex-ministro
da Indústria de Cavaco Silva disse que o problema não se resolve com
mais dinheiro e deu como exemplo os problemas com o concurso de
colocação dos professores. "O problema não se resolve com mais
dinheiro, mas sim com uma cultura de rigor, exigência e seriedade,
acabando com o facilitismo que campeia no sistema educativo e
reforçando drástica e radicalmente a gestão e organização", disse.
Na ocasião, o
bastonário da Ordem dos Engenheiros, Fernando Santo, defendeu a
regulamentação da profissão: "Há que reconhecer que estamos sem
regulamentação profissional. A indiferenciação foi o caminho
seguido, reduzindo-se os custos, mas também a qualidade e a
responsabilidade".
"De que valem
os critérios de exigência de algumas faculdades, institutos
politécnicos e da Ordem dos Engenheiros se no mercado de trabalho
não existe regulamentação para a qualificação profissional exigida
para a prática da maioria dos actos de engenharia?", questionou.
"Porque razão se permite que actos de engenharia possam ser
praticados na administração pública central e autárquica por
bacharéis ou licenciados não qualificados profissionalmente",
continuou. A questão é uma prioridade para a Ordem, que já aprovou
uma proposta de revisão do decreto 73/73 que regulamenta a
qualificação dos técnicos responsáveis pelos projectos de obras
sujeitas a licenciamento municipal.
A Ordem
considera indispensável "que os actos de engenharia que envolvam
responsabilidade só possam ser exercidos por quem se encontrar
inscrito na respectiva associação profissional".
O bastonário
referiu-se também ao processo de Bolonha, defendendo que a "formação
profissional de engenheiros com os perfis actuais exige formação
académica de cinco anos (10 semestres)".
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