SICOnline
- 25 Set 06
Correia de Campos acusado
de falta de senso
Associação de Famílias
Numerosas pede demissão do ministro da Saúde
A Associação Portuguesa de Famílias Numerosas (APFN)
pediu ontem a demissão do ministro da Saúde,
acusando-o de "falta de bom senso" por defender a
despenalização do aborto e querer incentivar os
hospitais a praticá-lo, de acordo com a lei.
Em causa está uma entrevista de Correia de Campos à
agência Lusa, na semana passada, na qual o ministro
considerou muito reduzido o número de abortos
praticados no Serviço Nacional de Saúde, cerca de
mil por ano, o que atribuiu à"relutância" de
médicos, enfermeiros e administrativos do sector.
Na entrevista, Correia de Campos afirmou que irá
fazer campanha a favor da despenalização da
interrupção voluntária da gravidez no referendo,
cuja realização deverá ser aprovada no Parlamento a
19 de Outubro, e adiantou que o aborto poderá vir a
ser praticado no sector privado convencionado, à
semelhança do que acontece em Espanha.
Para a APFN, as declarações do ministro
revelam"cegueira e falta de senso", uma vez que o
aumento do número de abortos vai reduzir a"dramática"
taxa de natalidade em Portugal,"financiando o
gigantesco negócio das clínicas abortivas", através
de dinheiros públicos.
"Enquanto o primeiro-ministro está profundamente
preocupado com a baixa natalidade, o ministro da
Saúde está preocupado com o baixo número de abortos.
É um ministro que não está em sintonia com o Governo
e tem, por isso, de ser substituído", disse à
agência Lusa o presidente da APFN, Fernando Castro.
O PS entregou a 15 de Setembro, no Parlamento, uma
nova proposta de referendo sobre o aborto, no qual
se propõe perguntar aos portugueses se concordam com
a"despenalização da interrupção voluntária da
gravidez (IVG), se realizada, por opção da mulher,
nas primeiras dez semanas, em estabelecimento de
saúde legalmente autorizado".
A maioria parlamentar socialista garante a aprovação
da proposta de referendo, agendada para o dia 19 de
Outubro, e espera que, ao contrário do que aconteceu
em 2005, esta seja convocada pelo Presidente da
República, Cavaco Silva.
Com Lusa
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