Com efeito, o Governo é o primeiro a não cumprir a
lei que, com toda a propaganda a que nos tem
habituado, anunciava há quase dois anos que os
manuais escolares teriam que ser todos qualificados pelo
Ministério da Educação e reutilizáveis!
Ora, até as crianças do 1º ano são "educadas" a
inutilizar os manuais, não só escrevendo neles como
até a rasgar folhas (subtilmente designadas como
"fichas")!
A anunciada distribuição "gratuita" aos alunos mais
necessitados acaba por ser um total desperdício de
dinheiros públicos, dinheiro de todos nós,
para cobrir a incapacidade do Governo de pôr em
prática uma medida da maior importância para os pais
e que é há imensos anos seguida nos chamados "países
ricos", que assim o são por não pactuarem com o
desperdício! Deste modo, os pais "não carenciados"
acabam por ser expoliados em duplicado, pagando os
livros dos seus filhos e, através dos impostos, os
manuais "gratuitos" (em parceria com os contribuintes
sem filhos).
A APFN apela ao Parlamento, o órgão de soberania
responsável pela fiscalização do Governo, para que o
leve a pôr em prática aquilo que há anos reclamamos por
a isso termos direito: deixarmos de ser objecto de
exploração por parte da indústria educativa com a
cumplicidade do Governo!
É assim tão difícil fazer com que o material escolar
(TODO!) possa passar de alunos para alunos de um ano
para outro, sem truques nem demagogias?
Deixem de falar na criação de bancos de livros!
Limitem-se a fazer com que sejam, de
facto, reutilizáveis! A sociedade civil logo
arranjará soluções para a sua redistribuição, como tem
procurado fazer, desde que sejam "redistribuíveis"!
E, já agora, acabem de vez com a publicação de leis que
nem sequer sejam para ser cumpridas pelo próprio
Governo.