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Público - 7 Abr 04
Universitários "Parasitas"
Em alguns países desenvolvidos, com os quais temos que competir, as
universidades de maior prestígio não admitem reprovações; se no
final do primeiro semestre não tiverem o aproveitamento esperado,
"correm com eles", não os admitem no segundo semestre. Poderão
concorrer a outras de menor prestígio, onde se arriscam a que lhes
aconteça o mesmo (com menor grau de exigência).
Por cá a regra é o inverso, e os estudantes que mais reprovam são os
que representam a Academia. E mais tarde anicham-se na Assembleia da
República (há honrosas excepções) ou noutro qualquer "tacho", graças
aos compadrios, vivendo principescamente à custa dos impostos dos
trabalhadores. Essa uma das maiores causas do nosso atraso
socioeconómico-cultural.
Num país onde há quase meio milhão de desempregados, um quarto de
milhão a passar fome e mais de três milhões com dificuldades para
comprar a alimentação, como pode haver jovens tão egoístas, que
"exigem a Lua" sem cumprirem os seus deveres?!
Os estudantes devem estudar, exigir qualidade no ensino (há diplomas
"comprados" que têm o valor dos outros para entrar na Administração
Pública), lutar para acabar com as bolsas fraudulentas, e repudiar
os que reprovam, que andam a "gozar à custa dos que trabalham".
Os governantes devem exigir o cumprimento das leis, controlar a
qualidade do ensino (o que não é feito), gastar criteriosamente (com
rigor e transparência, como gostam de dizer mas não fazer) o
dinheiro dos contribuintes para que o futuro de todos nós seja
melhor. A concorrência não se compadece com "facilitismos", e o
tempo do malfadado PREC já passou com o 25 de Novembro!
C. Morais Gonçalves
Braga
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