Público - 8 Abr 04

Números do Insucesso e do Abandono
Por I.L.

- As taxas de retenção mais elevadas encontram-se no 12º ano. Em 1999/2000, mais de metade dos alunos não conseguiram concluir o secundário. Segue-se o 10 º ano como ponto mais crítico (um em cada três chumba). Dentro do ensino básico, o 2º, o 5º e o 7º ano também apresentam taxas de elevadas de insucesso, correspondendo às passagens de ciclo de estudos. Não existem diferenças regionais significativas, o que pode significar a "existência de um sistema de ensino com manifesta desarticulação entre os diferentes ciclos, com patamares de exigência claramente desnivelados e com eventuais problemas de desadequação após a transição" e ainda um "excesso de transferências de escola a que os alunos estão sujeitos, consequência da diversidade e segmentação das tipologias de estabelecimentos de ensino".

- Entre 1991 e 2001, a taxa de abandono escolar (jovens entre os 10 e os 15 anos que não concluíram o 9º ano e não estão na escola) desceu de 12,5 por cento para 2,7 por cento. Existem, no entanto, grandes variações regionais, oscilando, por concelhos, entre um mínimo de 1,4 por cento e 9,5 por cento. "O abandono tem muito mais a ver com a idade do que com o ano de escolaridade que se frequenta, é geralmente precedido de histórias de insucesso repetido e concretiza-se ainda pela forte atractividade exercida por actividades profissionais acessíveis a jovens desqualificados".

- As taxas de abandono são insignificantes no 1º ciclo, crescendo nos níveis seguintes, em particular nos anos subsequentes à passagem de ciclo. O 10º ano é o mais atingido. Em 1999/2000, praticamente um em cada quatro alunos abandonou a escola.

- Entre 1991 e 2001, a taxa de saída precoce (indivíduos entre os 18 e os 24 anos que não concluíram o secundário e não estão na escola) caiu de 63,7 por cento para 44,8 por cento. Nos homens, supera a fasquia dos 50 por cento. Os valores mantêm-se elevados face à média comunitária, que é de 19 por cento Mais uma vez, existem variações regionais consideráveis, entre os 32,6 por cento e os 73,9 por cento.

- As zonas do país mais afectadas pelo abandono escolar e pela saída precoce são as zonas do Tâmega, do Ave, do Cávado e do Alto Trás-os-Montes

- Portugal tem a mais baixa taxa da OCDE de conclusão do ensino secundário por parte da população adulta (entre os 25 e os 64 anos), seguido pela Turquia e México: 20 por cento, contra uma média da OCDE de 64 por cento.

- A grande maioria (71,7 por cento) dos alunos do secundário concentram-se nos cursos gerais, orientados para o prosseguimento de estudos. A média da União Europeia é de 48,5 por cento, o que acentua a "necessidade de reforçar a oferta e as opções por formações de cariz vocacional".

- Cerca de 90 por cento da população prisional tem como habilitação máxima o ensino básico

- Três em cada quatro desempregados têm, no máximo, o 9º ano

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