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RFM
online - 28 Abr 06
Governo : Confusão à volta
da taxa social única
O Governo quer alargar o
modelo "pai, mãe e filho"
O secretário de Estado da Segurança Social admitiu,
ontem, o agravar da taxa social única para famílias
com menos de dois filhos, a par do seu
desagravamento para quem tiver 3 ou mais filhos.
As declarações do secretário de Estado foram
proferidas no Parlamento, mas à margem do debate no
plenário, onde nunca se falou de nenhum agravamento
da taxa.
Na mesma altura, Pedro Marques justificou o eventual
agravamento com a necessidade de contrariar a quebra
de natalidade no nosso país.
Porque a substituição de gerações se situa nos dois
filhos por mulher e porque são esses filhos que, com
os seus descontos, vão assegurar as reformas aos
mais velhos, a proposta do Governo, que terá que ser
ainda debatida na concertação social, é encorajar a
natalidade através de bonificações às famílias com
três ou mais filhos.
Pela mesma ordem de ideias, famílias sem filhos ou
apenas com um filho, poderão vir a sofrer o sentido
inverso desta política e poderão ver os seus
descontos para a Segurança Social ser aumentados,
por forma a compensar a ausência de quem, no futuro,
assegure a sua fracção de descontos que garantam, em
termos globais, a sustentabilidade da Segurança
Social.
Contactado pela Renascença, já no dia de hoje, o
Ministério apresenta um aparente recuo e garante que
tem apenas um princípio: o desagravamento para quem
tem 3 ou mais filhos.
Para Graça Franco, especialista em assuntos
económicos da Renascença, considera que faz sentido
um desagravamento das contribuições para as famílias
numerosas, mas manifesta-se muito reticente em
relação ao inverso da medida, até porque - salienta
- "muitas vezes, o número de filhos não surge em
função dos desejos do contribuinte, há pessoas que
não podem ter filhos e isso não pode ser
penalizado".
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