Diário de Notícias - 28 de Agosto

Ministro da Educação rejeita "ranking"

Júlio Pedrosa reconhece assimetrias, estando "as melhores escolas nas zonas mais desenvolvidas"

O ministro da Educação rejeitou ontem, depois de se conhecerem as notas dos exames nacionais, a elaboração de um ranking de escolas secundárias por ser "redutor e limitativo". No entanto, não deixou de sublinhar que as escolas com melhores resultados se situam nas zonas mais desenvolvidas do País. Em conferência de imprensa, Júlio Pedrosa reafirmou a recusa do Ministério da Educação em "classificar, seriar ou ordenar escolas". Este ano, e pela primeira vez, o Ministério da Educação divulgou os resultados dos exames nacionais do 12.º ano, as classificações finais por disciplina e as classificações resultantes da avaliação contínua dos alunos, das 625 escolas portuguesas, privadas e públicas, por concelho e distrito.

Porto, Lisboa e Coimbra foram, por esta ordem, os distritos que registaram médias mais elevadas na 1.ª fase dos exames nacionais do 12.º ano, realizados em Junho e Julho.

A este propósito, o governante salienta que foram precisamente estas cidades as primeiras a receber as universidades. Questionado sobre se os resultados agora conhecidos poderão reflectir-se no financiamento das escolas, designadamente na atribuição de mais verbas às escolas com piores resultados, Júlio Pedrosa foi peremptório ao afirmar que tal não acontecerá. 

Interrogado sobre a eventual "corrida", no próximo ano lectivo, às escolas com melhores resultados, o governante afastou esta possibilidade porque, considerou, "as pessoas andam atentas ao que se passa nas escolas". 

A política de fixação e de qualificação de professores, as mudanças curriculares do ensino básico e secundário e aumentar a qualificação do parque escolar, com escolas completas, são medidas apontadas pelo ministro como forma de melhorar o desempenho das escolas.

Júlio Pedrosa equaciona a hipótese de "envolver mais equipas de especialistas de forma a continuar o trabalho que vem sendo feito". 

O ministro da Educação, sublinhou ainda que vários países, como a Dinamarca, a Austrália e a Escócia, abandonaram o processo de elaboração de rankings. 

Não deixou de salientar que além dos dados agora divulgados é necessário ter em atenção "outras variáveis determinantes na qualidade da aprendizagem escolar e no desempenho das escolas".

O ministro da Educação lançou o apelo para que não sejam apenas os "implicados directamente na matéria, mas também as associações científicas, as associações de professores, as universidades, os parceiros sociais e os órgãos de comunicação social a debater e a analisar os resultados agora divulgados". 

[anterior]