Diário de Notícias - 28 de Agosto
Reacções
MARÇAL GRILO, ex-ministro da Educação, Eduardo Marçal Grilo
classificou como positiva a divulgação dos resultados das escolas
secundárias, considerando que cabe agora a todos reflectirem sobre o
assunto. Marçal Grilo, que sempre lutou pela divulgação dos dados
sobre o desempenho das escolas, alertou que "uma matéria como
esta" não pode ser analisada apenas pelas direcções das escolas
ou pelo Ministério.
CONFEDERAÇÃO DE PAIS discorda da divulgação de um ranking das
escolas, e aguarda uma resposta do Ministério da Educação e dos
partidos políticos para a resolução das assimetrias encontradas.
Vítor Sarmento, presidente da CONFAP, defende uma avaliação das
escolas mas recusa que esta seja feita escola a escola "remetendo
depois para a sociedade civil a responsabilidade de análise dos
dados". Sublinhando ainda que há factores que não podem ser
contabilizados. Em causa estão, para a CONFAP, factores como o
isolamento das escolas, a grande mobilidade do corpo docente, a falta de
condições nas escolas assim como outros fenómenos sociais.
O SINDICATO dos Professores da Região Centro já reagiu à listagem
dos resultados dos exames mostrando um grande cepticismo face a este
tipo medidas. Para além de não anunciarem nada de novo, reforçando a
discrepância de desenvolvimento entre litoral e as zonas urbanas e o
interior, refere. Os resultados numéricos ocultam vários aspectos
importantes, nomeadamente "a capacidade de cada escola para o
desenvolvimento de iniciativas que vão ao econtro das necessidades
educativas dos seus alunos", alerta. E desafia o Governo a combater
"as assimetrias" de forma a dinamizar o ensino em Portugal.
FENPROF refere que esta medida de transparência não é a melhor
forma de resolver a questão. Tendo em conta que este tipo de
iniciativas em outros países levou a uma onda de contestação e no
caso da Irlanda e País de Gales esta prática foi mesmo abandonada face
aos frágeis resultados obtidos e ao "clima pouco saudável de
concorrência entre as escolas". A Fenprof mostra-se apreensiva com
o caminho que pode tomar o ensino em Portugal. "As escolas tendem a
concentrar o seu trabalho na instrução em detrimento da
educação/formação", adianta aquela estrutura sindical.