Público -
12
Fev 06
Manifesto quer referendo sobre embriões
excedentários e barrigas de aluguer
Helena Pereira
Pedro Lynce, Gomes da Silva, Morais Sarmento e Bagão
Félix são algumas das personalidade
que querem abrir o debate sobre reprodução medicamente
assistida
Os ex-ministros Nuno Morais Sarmento,
António Bagão Félix, Pedro Lynce e Rui Gomes da Silva são
alguns dos mandatários de um novo movimento que quer um
referendo sobre reprodução medicamente assistida. Os
subscritores estão a recolher as 75 mil assinaturas
necessárias para que esta petição seja analisada pela
Assembleia da República.
Numa altura em que estão em debate no Parlamento projectos
de lei sobre algumas destas matérias, querem que os
portugueses se pronunciem sobre questões como a existência
de embriões excedentários, o uso de embriões para
investigação, a destruição dos embriões, a barriga de
aluguer, a inseminação post mortem, a fecundação no seio de
relações homossexuais ou de mulheres sós, entre outras.
O manifesto sugere mesmo três perguntas: "Concorda que a lei
permita a criação de embriões humanos em número superior
àquele que deva ser transferido para a mãe imediatamente e
de uma só vez?"; "Concorda que a lei permita a geração de um
filho sem um pai e uma mãe biológicos unidos entre si por
uma relação estável?" e "Concorda que a lei admita o recurso
à maternidade de substituição permitindo a gestação no útero
de uma mulher de um filho que não é biologicamente seu?".
"A questão não é de natureza confessional ou política mas
antropológica. Está em causa a vida de um de nós, quem sabe
um futuro pai ou mãe, a sua relação com o mundo, a
sociedade, a família. Está em causa a capacidade que a
ciência tem de propiciar ao homem a satisfação dos legítimos
desejos de procriar, mas também o que se sacrifica para
satisfazer tal desejo", lê-se no manifesto.
Alberto João Jardim, presidente do governo regional da
Madeira, António Gentil Martins, cirurgião, António Pinheiro
Torres, secretário-geral da Associação Juntos pela Vida,
Daniel Pinto Serrão, médico e membro da Pontifícia Academia
para a Vida, Germano Marques da Silva, ex-Bastonário da
Ordem dos Médicos, Isilda Pegado, presidente da Federação
Portuguesa pela Vida, César das Neves, economista, Laurinda
Alves, jornalista, e Teresa Venda, deputada do PS são outros
dos mandatários.