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Jornal de Negócios - 24 Fev 06
Orientação da Direcção-Geral da Administração Pública
Faltas por apoio à família vão passar a ser justificadas
A Direcção-Geral da Administração Pública vai emitir orientações aos serviços e
organismos do Estado no sentido de considerarem justificadas as faltas dos
trabalhadores para assistência a membros do agregado familiar, algo que até aqui
não estava a acontecer em alguns serviços.
O Jornal de Negócios noticiou
hoje que alguns serviços da Administração Pública
estão a marcar como «injustificadas» as faltas dos
trabalhadores para assistência a membros do agregado
familiar, com os consequentes cortes nos salários.
Numa carta enviada há uma semana
ao secretário de Estado da Administração Pública, o
Sindicato dos Quadros Técnicos do Estado pede a
intervenção de João Figueiredo por considerar que se
«trata de uma interpretação errada da lei».
«O que está essencialmente em
causa é o regime de justificação de faltas – e os
seus efeitos na remuneração – dadas pelos
funcionários e agentes, por motivo de assistência
inadiável e imprescindível, em caso de doença ou
acidente, ao cônjuge, parente ou afim na linha recta
ascendente ou no 2.º grau da linha colateral, filho,
adoptado ou enteado com mais de 10 anos de idade»,
refere o Ministério das Finanças e da Administração
Pública em comunicado.
A mesma fonte admite que a
interpretação da lei «é duvidosa» e que já tinham
sido apresentadas dúvidas sobre o assunto «por
diversos serviços da Administração, e inclusivé por
outra estrutura sindical, a Federação dos Sindicatos
da Função Pública, junto da Direcção-Geral da
Administração Pública, tendo a matéria sido
analisada por aquela Direcção-Geral», de acordo com
o comunicado emitido.
A Direcção –Geral da
Administração Pública, «em consequência desta
situação», vai «emitir orientações aos serviços e
organismos do Estado», no sentido de «considerar que
aquelas faltas sejam consideradas faltas
justificadas, com a remuneração a processar-se de
acordo com o regime das demais faltas justificadas»,
segundo a mesma fonte.
O comunicado adianta ainda que o
«secretário de Estado da Administração Pública
concordou com as referidas orientações».
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