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Público - 18 Jan 03
Segurança Social
Governo vai rever abono de família, anuncia Bagão Félix
Por Lusa
O ministro da Segurança Social e do Trabalho, Bagão Félix, disse ontem que o
Governo vai rever o abono de família tendo em conta o rendimento per capita e
não o rendimento total das famílias.
"O abono de família tem que ser visto pelo rendimento per capita, não é apenas o
rendimento total das famílias mas também a dividir pelo número de filhos",
afirmou o ministro num encontro em Torres Vedras promovido pelo
núcleo social dos cristãos do Oeste.
O responsável pela pasta da Segurança Social e Trabalho, que explicou perante
cerca de 200 pessoas alguns dos pontos da nova lei de bases da Segurança Social,
adiantou igualmente que outra das matérias ser revista é o subsídio à doença. O
ministro disse que o subsídio é igual (65 por cento do salário) quer se fique
cinco dias sem trabalhar ou três meses.
Segundo explicou Bagão Félix, a ideia da nova lei é diminuir o subsídio de
doença quando se trata de pequenos períodos e aumentar nos casos de doença mais
prolongada e que exigem mais esforços por parte das famílias.
Bagão Félix defendeu mais uma vez a possibilidade inscrita na nova lei que é a
de se poder sair do sistema da Segurança Social do Estado para um sistema
privado desde que se tenha um rendimento superior a seis salários mínimos.
Para sustentar a actualidade da medida o ministro citou mesmo uma frase retirada
do programa eleitoral do novo presidente do Brasil, Lula da Silva, onde é
defendido um sistema complementar para os cidadãos encontrarem outras formas de
gerirem as suas poupanças.
O ministro da Segurança Social e do Trabalho disse ainda que "as reformas são
geracionais" tendo em conta que uma geração trabalha para que outra receba a
pensão de reforma.
Contudo, o ministro exemplificou que "um jovem de 23 anos não estará seguro das
suas reformas" tendo em conta as questões demográficas relacionadas com o
aumento da esperança média de vida e o envelhecimento populacional.
"Um jovem de 20 anos pode ter a certeza que não vai ter as regras de hoje porque
se os que descontam não aumentam e os reformados vivem mais tempo, os pratos da
balança vão desequilibrar-se", concretizou Bagão Félix.
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