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Diário do Alentejo - 31 Jan 03
Beja
Famílias numerosas querem delegação
Com cerca de 1600 sócios em todo o País, a Associação Portuguesa de Famílias
Numerosas (APFN), criada há quatro anos, está agora a lançar-se no desafio da
constituição de delegações, nomeadamente em Beja, onde decorre, amanhã, dia 1 de
Fevereiro, pelas 21 horas, no Seminário de Nossa Senhora de Fátima, a
conferência "Família - Um Desafio". Para além da angariação de novos sócios, o
encontro servirá para dar a conhecer o Plano+Famíli@, que entrará oficialmente
em vigor no próximo dia 15 de Maio, levando até mais longe o leque de medidas de
apoio entretanto conquistadas pela APFN a nível nacional e, em alguns casos, a
nível local. É disso exemplo o desconto de 7 por cento na aquisição de viaturas
Kia Motors (e 10 por cento na manutenção) ou as condições vantajosas oferecidas
pelos bancos Bilbao Viscaya e Montepio Geral, a que podem aceder todos os sócios
da APFN, independentemente da sua localização. No entanto, "para que haja
facilidades a nível local", como já acontece em Coimbra e Sintra, com a criação,
em estreita colaboração com as autarquias, de uma tarifa familiar para o consumo
da água (o custo do metro cúbico é em função do consumo per capita) e do Bilhete
Familiar, para acesso a actividades de cultura e lazer, "é necessário que as
famílias numerosas que aí existem se unam à associação", refere Fernando Castro,
presidente da direcção da APFN.
No distrito de Beja, existem por enquanto apenas 16 sócios da APFN, oito em
Moura, seis em Beja e dois em Serpa. O cenário da região em termos de natalidade
é dos mais negros do País, situando-se 0,1 por cento abaixo da média nacional.
"A média de nascimentos no Alentejo é de 1, 3 filhos por casal, quando, para
haver renovação de gerações, o recomendado é de 2,1 filhos por casal", explica o
dirigente enumerando as consequências deste fenómeno - do envelhecimento da
população ao encerramento progressivo de escolas. Daí que esta primeira acção em
Beja tenha, de certa forma, um "carácter simbólico", como admite Fernando
Castro, que considera importante a criação de uma delegação neste território,
que seria uma espécie de "embrião da ligação da nossa associação a este
distrito". Para tal, é necessário que se reunam, no mínimo, três pessoas
pertencentes a casais diferentes (com três ou mais filhos), que seja
disponibilizada uma morada para sede da delegação, bem como um contacto
telefónico para esse fim. Um desses elementos, pelo menos, deverá encarregar-se
dos contactos com as entidades oficiais e as empresas, com vista à criação de
facilidades de âmbito local para os agregados familiares numerosos, como as que
já existem nos concelhos de Coimbra e Sintra.
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