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Público - 23 Jan 03
Ensino Recorrente Coloca Oito Mil Alunos no Superior
Já se sabia que eram muitos, mas não que fossem tantos. Aos 4080 alunos que,
neste ano lectivo, entraram no superior público através do ensino recorrente -
uma modalidade especial destinada a quem não cumpriu a escolaridade na idade
própria - juntam-se mais cerca de quatro mil que ingressaram em universidades ou
politécnicos privados.
O número e o espanto foram manifestados ontem pelo próprio ministro da Educação,
David Justino, em entrevista à Rádio Renascença. "Tivemos uma surpresa que,
inclusivamente, fez com que o processo [de averiguações] se tornasse um pouco
mais lento. Tínhamos contabilizado 4080 alunos que entraram no ensino superior
público e depois constatámos que no privado tinham entrado quase outros tantos.
Estamos a trabalhar com quase oito mil processos".
É que todos estes estudantes tiveram de remeter à Inspecção-Geral da Educação (IGE)
a documentação que provasse que a sua matrícula, percurso e avaliação no ensino
recorrente foram feitos de acordo com a lei. O inusitado número de jovens que
terminavam este ensino de segunda oportunidade e chegavam à universidade e os
casos de utilização fraudulenta que foram sendo tornado públicos lançaram a
suspeição sobre todos.
Os estudantes em relação aos quais os processos de averiguação já estão
concluídos e "arquivados", começaram entretanto a ver a suas matrículas
condicionadas transformadas em definitivas.
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