APFN - Associação Portuguesa de Famílias Numerosas

Comunicado  

 Natalidade em Portugal - 2002 

 
O Instituto Nacional da Estatística (INE) divulgou no passado dia 17 os resultados definitivos sobre a Natalidade em Portugal em 2002.

Esses resultados confirmam as previsões da APFN e as suas tomadas de posição sobre o assunto, nomeadamente mostrando que o último relatório do INE sobre envelhecimento da população era exageradamente optimista, uma vez que, pelo segundo ano consecutivo, a taxa de natalidade é bem inferior ao aí considerado como "cenário base" (http://www.apfn.com.pt/Noticias/Jun2003/apfn2.htm).

 

Trabalhando sobre os números revelados pelo INE, a APFN calculou o défice de natalidade em termos de pessoas/idade, considerando o número de crianças que deveriam ter nascido em cada ano para que o índice sintético de natalidade fosse igual a 2.1, que é o número necessário para a renovação de gerações e, curiosamente, o número médio de filhos desejados, de acordo com o último Inquérito à Família e Fecundidade e muito próximo daquele que os casais portugueses emigrantes em França atingem, por não estarem debaixo da alçada da desastrosa política contra a família e contra a natalidade que Portugal tem vindo a praticar nas últimas dezenas de anos. 

 

No final de 2002, o défice (soma das barras no gráfico abaixo) já ia em mais de 720 000 crianças e jovens, com uma idade média de 9 anos! Numa população total de 10 000 000, isto representa um número impressionante.

 

 

É bem aparente, neste gráfico, as razões dredução de candidaturas ao ensino superior, por exemplo, assim como que "a procissão ainda vai no adro".

Pior ainda, é bem aparente o enorme défice que vai haver em termos de população activa e, como tal, de quem vai pagar as reformas dos responsáveis por esta situação...

 

Vê-se, também, a razão porque há quem pense encerrar maternidades: é que, nos últimos 11 anos, tem havido uma carência superior a 45.000 nascimentos por ano, ou 5 por hora, se se preferir!

 

 

Nascimentos por ordem de filiação

 

No gráfico seguinte, mostra-se a evolução do número de nascimentos por ordem de filiação desde 1981, ano a partir do qual o número de nascimentos passou a ser inferior ao necessário, sem que qualquer medida fosse adoptada pelo governo português, em total contraste com o efectuado pela maioria dos governos ocidentais, nomeadamente europeus.

 

 

É bem aparente, neste gráfico, que a maior queda deu-se em nascimentos de ordem 3 ou superior, aliás como o presente relatório do INE realça, referindo que  "ter três ou mais filhos é uma raridade cada vez maior em Portugal " .

 

O quadro abaixo torna esta afirmação mais evidente: o número de primeiros filhos teve uma queda de 8%, de segundos da ordem de 20% e os de terceira ordem ou superior de cerca de 60%, ou seja, a desastrosa queda da natalidade deve-se, em primeira ordem, à redução no número de famílias numerosas.

 

  1981 1991 2002
0.0% 10.8% 8.0%
0.0% 25.7% 23.4%
3º ou superior 0.0% 46.3% 59.7%

Queda de nascimentos por ordem de filiação

 

Por outras palavras, a política anti-família e anti-natalidade foi, sobretudo, dirigida contra as famílias numerosas, o que mostra bem a oportunidade da criação da APFN e a justeza da sua luta e reivindicações. 

 

Por outras palavras, também, a desejável recuperação da natalidade só será possível quando o Estado português tiver a "feliz ideia" de, finalmente, deixar de atacar as famílias numerosas, como a APFN tem vindo, insistentemente, a reclamar , e der a liberdade aos casais de terem os filhos que desejam, como acontece aos que emigram para França, nomeadamente!

 

 

Nascimentos fora do casamento

 

O relatório do INE revela, também que o número de nascimentos fora do casamento continua a aumentar. Embora 80% destes pais ainda coabitavam na altura do nascimento, todos os estudos internacionais sobre o assunto mostram que mais de 90% destes não estarão nesta situação de coabitação dentro de 10 anos. Ou seja, não só assistimos a um crescente défice de crianças e jovens, como ao aumento de risco de problemas comportamentais, de que já temos mais que suficientes, verificando que a idade média da população prisional é cada vez menor, em contra-ciclo com a população que está fora das prisões.

 

 

Perspectivas futuras

 

Infelizmente, este relatório do INE vem confirmar as previsões mais pessimistas, para que a APFN tem vindo a alertar desde a sua criação.

Há que acabar com a filosofia tipo "é a vida..." tão popularizada há bem poucos anos e, pelo contrário, reforçar com medidas bem concretas o discurso de promoção da Família que a actual equipa governativa tem vindo a fazer.

 

No próximo ano, celebra-se o X aniversário do Ano Internacional da Família.

Como os gráficos acima bem mostram, não há mesmo nada para festejar!

 

A APFN espera que esse ano, 2004, não seja apenas o ano do Campeonato Europeu de Futebol em Portugal... mas que seja de forte aposta na Família, porque APOSTAR NA FAMÍLIA é CONSTRUIR O FUTURO.

 

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