Diário IOL -
25 Jul
08
«Os pobres que trabalham são particularmente
duros com os pobres que vivem de subsídios»
Pacheco Pereira, na sua crónica semanal na revista
Sábado, fala do assistencialismo do Estado
A propósito do tiroteio na Quinta da Fonte, em
Loures, Pacheco Pereira refere-se às famílias que
vivem de subsídios do Estado. Explica que estes
mesmos subsídios geram «exclusão e marginalidade» e
um sentimento de revolta nos que são igualmente
pobres mas passam o dia a trabalhar.
Escreve Pacheco Pereira que «os pobres que trabalham
são particularmente duros com os pobres que vivem de
subsídios, em particular se partilham as mesmas
comunidades, e podem ser comparados em idade e
condição física e social».
«O olhar de uma jovem mãe que trabalha como
empregada num café é o mais cruel que há para a mãe
jovem que vive do rendimento de inserção e passa as
manhãs nesse café sem fazer nada, à conversa com
outras mães que também vivem do subsídio». O que as
separa, sustenta Pacheco Pereira, é que«uma casou-se
na Igreja, outra é mãe solteira».