Jornal de Notícias - 18 Jun 05
 
Protestos contra casamentos de homossexuais em Espanha

Centenas de milhar de pessoas manifestaram, hoje em Madrid, a lei que permite o casamento entre pessoas do mesmo sexo

Centenas de milhar de pessoas manifestaram-se hoje, em Madrid, contra a lei que permite o casamento entre pessoas do mesmo sexo, com a participação de dezenas de membros do Partido Popular, oposição, e da Conferência Episcopal espanhola.

Associações de dezenas de países, incluindo três de Portugal, aderiram à manifestação convocada pelo Fórum espanhol da Família e que decorreu sob o lema "a família importa" e "pelo direito a uma mãe e um pai", mas onde havia também mensagens manifestamente contra os homossexuais.

"Fechem o armário" era uma das mensagens que se podia ver, explicada pelos jovens que a exibiam porque "em Espanha, de repente, começaram a sair muitos gays e lésbicas do armário".

Os organizadores pediram, no final, para ser recebidos pelo presidente do Governo, José Luis Rodriguez Zapatero, e que, atendendo ao êxito deste protesto, seja retirado o projecto-lei sobre o casamento entre homossexuais, já aprovado em primeira votação pelo Congresso mas ainda pendente de votação no Senado e, depois disso, da aprovação definitiva novamente pelo Congresso.

Entre os manifestantes, contavam-se muitas famílias numerosas, crianças com balões onde se lia "pelo direito a uma mãe e um pai", pessoas idosas e de meia idade, muitas delas com pequenos cartazes com a frase "casamento igual a homem mais mulher".

À frente da manifestação, juntamente com dezenas de lideres das associações que a organizaram, seguiam Angel Acebes e Eduardo Zaplana, altos responsáveis do PP, e muitos membros da igreja, como os arcebispos de Madrid e Granada.

De Portugal, participaram no protesto a Associação de Famílias de Portugal, a Associação Portuguesa de Famílias Numerosas e o Fórum da Família de Portugal.

Esta foi a terceira manifestação em fins-de-semana consecutivos apoiada pelo PP e contra medidas adoptadas pelo Governo.

A primeira, em Madrid, foi contra a possibilidade de o executivo iniciar um diálogo com a organização separatista basca ETA e a segunda, em Salamanca, contra a transferência, desta cidade para a sede do Governo regional da Catalunha de uma pequena parte, 2,0 por cento, do Arquivo da Guerra Civil espanhola.

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