Jornal de Notícias - 29 Mar 03

Acabar com pagamentos

Se uma das conclusões do Relatório Final dos Exames Nacionais do 12.º Ano de 2002 aponta para um aumento do valor pago pela correcção de cada prova - actualmente de 4 euros - Manuela Teixeira, secretária-geral da FNE, defende, em alternativa, que os professores destacados para a correcção se dediquem apenas àquele trabalho e tenham um período maior de férias, abdicando-se, assim, da retribuição suplementar.
"Se se paga pela correcção, é porque se reconhece que se trata de um trabalho suplementar e, nesse caso, seria justo que se pagasse mais", realçou. Contudo, aquela sindicalista entende que seria mais útil e proveitoso que os professores-clasificadores não tivessem que desempenhar outras tarefas e fossem compensados apenas com mais férias. "Embora a avaliação sob anonimato não esteja sujeita à mesma premência afectiva que existe na avaliação dos próprios alunos, há sempre aquela responsabilidade de se sentir que está em jogo o futuro dos jovens", referiu. Por seu turno, o Sindicato dos Professores da Zona Centro (SPZC) condena, em comunicado, que se misture uma "alegada falta de vontade e desleixo na correcção com o baixo valor do pagamento da tarefa". O sindicato considera ser uma atitude "de má fé e que não se enquadra na ética da profissão docente". Por seu turno, o presidente da CONFAP discorda que os professores sejam pagos pela correcção das provas. "A avaliação externa faz parte das funções docentes e, por isso, a sua realização não deveria ser paga", concluiu.

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