Público - 3 Mar 03

Melhores Salários, Maior Ansiedade
Por A.B.C.

Analisado superficialmente, o fenómeno parece paradoxal: o número de pessoas mentalmente afectadas nas sociedades desenvolvidas é cada vez maior, apesar de as condições económicas e os cuidados de saúde terem melhorado. Um estudo exaustivo que acaba de ser divulgado no Reino Unido dá conta deste aparente paradoxo: apesar de disporem de salários mais altos e indicadores de saúde mais satisfatórios, os ingleses sentem-se cada vez mais deprimidos e insatisfeitos. Intitulado "Changing Britain, Changing Lives", este trabalho exaustivo compara os resultados de três estudos pioneiros (seguindo a vida de todas as pessoas nascidas em Inglaterra, na Escócia e no País de Gales na mesma semana de 1946, 1958 e 1970, num total de mais de 40 mil pessoas). E permite perceber a ascensão do problema: catorze por cento dos homens nascidos em 1970 admitiam estar deprimidos e ansiosos em 2000, enquanto isso apenas acontecia com sete por cento do grupo nascido em 1958 e ouvido em 1991; no caso das mulheres, as diferenças nos mesmos anos eram também enormes - 20 por cento no primeiro grupo e 12 por cento no segundo.

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