Com o
recente alargamento
da União Europeia, a
sua população passou
para 260 milhões de
habitantes. Apesar
disso, a União
Europeia está cada
vez mais preocupada
por este número vir
a reduzir-se
bastante se os
europeus
continuarem a
demonstrar uma
grande aversão a
terem filhos.
Num
relatório publicado
no passado dia 17 de
Março e que poderá
ser lido na íntegra
em
http://europa.eu.int/comm/employment_social/news/2005/mar/comm2005-94_en.pdf,
a Comissão Europeia
alerta para o facto
de a Europa
estar perante uma
"alteração
demográfica sem
precedentes"
porque os Europeus
têm uma taxa
de fertilidade
insuficiente
para a substituição
da população".
O
relatório recomenda
que o "regresso
ao crescimento
demográfico"
seja assumido como
prioridade
"essencial" para a
Europa, e
que os governos
deverão incentivar
taxas de fertilidade
mais elevadas
através do
fortalecimento das
famílias.
O
Relatório,
intitulado
"Confrontando a
alteração
demográfica: uma
nova solidariedade
entre as gerações",
lança o alerta de
que "em todos os
países europeus, o
índice sintético de
fecundidade está
abaixo do valor
mínimo para renovar
a população (cerca
de 2.1 por mulher),
e caiu para 1.5
crianças por mulher
em muitos Estados
membros, e mesmo
para menos de 1.3
crianças por mulher
em certos países do
sul e leste europeu.
O
Relatório indica que
"os jovens
começam a ser um
recurso raro"
e que na Europa "a
população em idade
laboral (15-64 anos)
deverá reduzir-se em
20.8 milhões em
2030". O ratio entre
pessoas fora da
idade laboral e as
que estão nessa
idade irá
crescer de 49% para
66% nesse
ano.
O
Relatório aponta o
facto de a população
estar a decrescer
apesar de que os "Europeus
gostariam de ter
mais filhos".
De acordo com
sondagens, "o número
médio de filhos que
os Europeus
gostariam de ter é
de 2.3, mas apenas
têm, actualmente,
1.5". A população
está, portanto, a
reduzir-se em parte
porque as
famílias não
encontram o ambiente
acolhedor para terem
filhos".
O
Relatório recomenda
que "as famílias
deverão ser
encorajadas através
de política públicas
que permitam homens
e mulheres conciliar
a família e o
trabalho."
Entre as políticas
sugeridas, inclui
"benefícios
familiares" e
"licença parental",
assim como
facilidade a
habitação acessível.
O
Relatório alerta
para as
consequências
económicas do
decréscimo
populacional na
Europa, afirmando
que "nunca
houve na História um
crescimento
económico sem
crescimento da
população".
De acordo com o
Relatório, "o
envelhecimento
poderá provocar uma
redução do
crescimento do PIB
Europeu dos actuais
2 - 2.5% para 1.25%
em 2040."
O
Relatório sugere,
assim, que "serão
necessários ainda
maiores fluxos de
migrações para
satisfazer as
necessidades de
trabalho e
salvaguardar a
prosperidade
europeia". Já "em
vários países, a
imigração tornou-se
vital" para
assegurar o
crescimento
populacional. A
imigração é
responsável pelo
previsto aumento
ligeiro da população
total em 11.5
milhões até 2035,
embora este total
comece a reduzir-se
a partir dessa data.
O
Relatório avisa que
a "idade da
reforma terá que
continuar a aumentar"
e o "emprego
terá, também, que
crescer",
para que as pessoas
com menos de 15 anos
e com mais de 65
anos sejam
integrados no
mercado de trabalho.
Mais mulheres serão
encorajadas a
trabalhar, uma vez
que a Europa
necessita de uma
taxa de emprego de
70% para compensar a
redução de população
em idade laboral."
Este relatório está
totalmente
em linha
com o que a APFN tem
vindo a clamar desde
a sua fundação, há
cerca de 6 anos. De
novo, apela
ao Governo para
seguir o recomendado
neste Relatório da
Comissão Europeia,
acabando, desde já,
com todas as
penalizações a que
os casais com filhos
são sujeitos, e
adoptar as medidas
de apoio que têm
vindo a ser
colocadas em prática
na maior parte dos
países europeus,
uma vez que Portugal
faz parte dos países
europeus com menor
taxa de natalidade.
Obviamente que o
aumento da
idade da reforma não
deverá abranger os
pais de famílias
numerosas
uma vez que, com uma
média de 4.2 filhos
por casal (3
vezes superior à
média nacional),
em nada contribuíram
para esta situação.
Pelo contrário,
sempre lutaram
contra a política
anti-natalista e
anti-família
praticada pelos
diversos governos
que agoram se
queixam e que,
agora, finalmente,
lhes dão razão.