O governo inglês acaba de tornar público
o Livro Branco da Educação “Melhor
Qualidade, Melhores Escolas para Todos – Mais Escolhas
para os Pais e para as Escolas” , que pode
consultar na íntegra no site do Fórum para a Liberdade
de Educação, na secção
Documentação - Aspectos
Gerais - Liberdade de Educação no Mundo - Em Inglaterra.
Na apresentação deste documento, o
Primeiro-Ministro inglês, Tony Blair, afirmou que
através das reformas nele previstas finalmente as
escolas estariam “verdadeiramente abertas ao poder dos
pais”. Na mesma ocasião, a Ministra da Educação, Ruth
Kelly, referiu que os aspectos centrais da reforma
educativa seriam a “liberdade para as escolas e poder
aos pais”.
Temos esperança que as mesmas garantias
de liberdade de escolha das escolas e das famílias
venham a ser igualmente dadas a TODOS os portugueses,
sem as quais não teremos a necessária qualidade de
educação em Portugal e o desenvolvimento económico,
social e cultural que todos queremos para Portugal.
Considerando o interesse e alcance das
reformas agora anunciadas, com pontos de semelhança com
o que vários países europeus têm vindo a promover e com
as propostas que o Fórum para a Liberdade de Educação
defende para o sistema educativo português, apresentamos
de seguida alguns dos seus principais traços.
OS PAIS
DEVIAM ESCOLHER A ESCOLA, E NÃO O CONTRÁRIO.
(tradução
livre do texto em inglês retirado do Portal do Governo
Primeiro Ministro inglês. Texto original em
www.number-10.gov.uk/output/Page8388.asp)
Um estudo recente indica que 76% dos pais com crianças a
frequentar escolas estatais deseja poder fazer uma
“escolha autêntica” da escola que o seu filho frequenta.
A escolha da escola é pois um dos aspectos chave do
Livro Branco da Educação.
Actualmente apenas os pais com mais recursos económicos
podem escolher a escola, mudando de residência para a
zona onde a escola estatal das suas preferências se
situa ou pagando as propinas da escola que pretendem,
quando esta é privada. Agora o objectivo do governo é
alargar essa possibilidade de escolha a
todos os
pais, não a restringindo apenas àqueles que a podem
pagar.
O Livro Branco contém três elementos-chave:
1)
Proporcionar mais apoio na escolha da escola preferida
A partir de Fevereiro 2006, o governo pretende elaborar
um novo “perfil” de cada escola, contendo a informação
chave sobre a escola que os pais necessitam saber, tais
como resultados, desempenho e sucessos. Inspecções mais
frequentes do Ofsted
(entidade responsável pela inspecção e avaliação das
escolas) assegurarão a actualidade dos dados ao dispor
dos pais.
Os Parceiros para a
melhoria da Escola (School Improvement
Partners) - geralmente alguém com experiência de
direcção de escolas, que faz a ligação entre o governo
central, a autoridade local e a escola – identificarão
os pontos fortes e fracos das escolas, com destaque para
o desempenho em certas áreas curriculares ou
determinados grupos de alunos.
O sítio do governo na Internet -
www.parentscentre.gov.uk - será desenvolvido
de modo a fornecer mais informação sobre as escolas,
designadamente o “perfil”, condições de admissão,
informação acerca de transporte e outros serviços
disponíveis – com possibilidade de busca através do
código postal.
As famílias provenientes de meios económicos
desfavorecidos, que podem não ter acesso à Internet,
terão à sua disposição uma rede de “conselheiros para a
escolha” - pessoas baseadas na comunidade que podem
aconselhar de forma independente e sem qualquer
interferência.
2) Alargar
o direito a transporte escolar gratuito de forma a
aumentar a
possibilidade de
escolha às crianças desfavorecidas
Para alguns, a escolha da escola é dificultada pelo
custo do transporte. Desde 1944 que os pais só têm
direito a transporte gratuito para o seu filho se for
para a escola secundária adequada mais próxima. O Livro
Branco propõe que os alunos de meios económicos
desfavorecidos tenham acesso a transporte gratuito para
qualquer uma das três escolas secundárias adequadas mais
próximas de sua casa – desde que estas escolas se situem
num raio de duas a seis milhas.
3)
Promover admissões justas a fim de aumentar o leque de
possibilidades à disposição dos pais
Até agora, as escolas com mais pretendentes que vagas,
ofereciam geralmente os lugares disponíveis às crianças
que vivessem mais próximo, ou àquelas já com irmãos e
irmãs na escola. O governo quer que as escolas possam
disponibilizar algumas das suas vagas a alunos que vivam
para lá da sua área
de inscrição tradicional.
Uma abordagem já utilizada por algumas escolas é o “banding”
– em que as escolas disponibilizam as suas vagas de
forma a conseguir um leque de alunos representativo do
que são as diferentes capacidades dos candidatos. As
escolas poderão combinar o critério do “banding”
com o critério das
áreas de inscrição “interiores e exteriores”.
Através desta abordagem seria possível dar, nalgumas
vagas, prioridade a candidatos que vivem mais afastados
da escola.
Todas estas medidas sublinham a determinação do governo
em que os pais possam escolher a escola, em vez de serem
as escolas a escolher os pais.