Público - 5 Nov 05

 

PCP quer abono de família e bonificação aos deficientes ao nível de 1974

Nuno Sá Lourenço

Jerónimo de Sousa anuncia propostas alternativas ao Orçamento do Estado
e voto contra

O PCP iniciou ontem as suas jornadas parlamentares, em Odivelas, anunciando já o sentido de voto e o orientação das suas propostas de alteração para o Orçamento do Estado (OE) de 2006.
"Vamos votar contra esta proposta, sem dúvida", confirmou Jerónimo de Sousa no final da abertura das jornadas parlamentares do PCP, que decorreu em Odivelas. O secretário-geral do PCP argumentou que a proposta do Governo continua a "obsessão pelo défice" e "não vai resolver os problemas sociais" e continua a "penalizar os trabalhadores".
Momentos antes, o líder comunista havia adiantado algumas das propostas alternativas, nomeadamente: "Aumentar o abono de família para crianças e jovens, bem como a bonificação por deficiência, de forma a que esta importante prestação, tão atacada e degradada ao longo dos anos se equipare ao nível do poder de compra a que correspondia em 1974."
De acordo com o líder comunista, essas subidas representariam um "aumento médio de 12 por cento nas prestações referentes a crianças com menos de um ano e de 21,6 por cento em relação às restantes".
A maior parte das duas intervenções da abertura das jornadas parlamentares ficaram marcadas, no entanto, pelas críticas ao OE. Tanto Jerónimo de Sousa como Bernardino Soares (líder parlamentar) contestaram a "ideia avançada pelo Governo de que este era um Orçamento transparente e sem truques". Aos "grandes planos e programas de investimento", Jerónimo contrapôs os "abruptos cortes no investimento público, cerca de 25 por cento do PIDDAC, com expressão no território". Apontou também as privatizações como um sinal de falta de transparência, por não se saber quais os sectores atingidos. Bernardino Soares criticou Sócrates por não apresentar os orçamentos ministeriais por acções, "contrariando uma prática de muitos anos".

 

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