Diário de Notícias
- 7 Nov 05
Associações de pais
querem mais meios policiais na rua
A
Confederação Nacional das Associações de Pais (Confap)
considera que se vive uma situação de estabilidade em termos
de crimes no interior e nas imediações dos estabelecimentos
de ensino, mas defende o aumento dos meios policiais na área
escolar.
Apesar de salientar que "não há um agravamento da situação
nem casos dramáticos", o vice-presidente da Confap, Fernando
Gomes, diz ao DN que "os meios do programa Escola Segura da
PSP e da GNR ainda são escassos".
Na sua opinião, "deveria haver mais agentes, mais veículos
para eles se deslocarem de umas escolas para outras e
melhores sistemas de comunicações". No entanto, sublinha que
o programa "tem progredido no bom sentido".
"Tenho acompanhado a situação e, pelos dados recebidos,
conclui-se que não tem aumentado o número de assaltos nem
actos de violência contra os alunos", referiu o mesmo
responsável.
Admite que "há algumas situações mais preocupantes, mas são
casos pontuais, que são identificados e localizados e
recebem uma atenção especial por parte das autoridades
policiais para controlarem o problema".
Segundo Fernando Gomes, "normalmente há mais problemas junto
das escolas que se localizam perto de urbanizações
degradadas, como, por exemplo, na Amadora, Almada, Setúbal e
no Porto. Mas não são situações que se possam considerar
dramáticas".
Fazendo o balanço dos últimos anos, conclui que "há uma
diminuição nos casos registados. Penso que isso se deve à
intervenção policial desenvolvida pelo programa Escola
Segura, cuja acção preventiva se tem mostrado eficaz. Basta
os polícias estarem bem visíveis e passarem com frequência
junto às escolas para que muitos delinquentes desistam de
praticar actos ilícitos".
Fernando Gomes não tem dúvidas em afirmar que o programa
Escola Segura "tem contribuído muito para dar mais segurança
ao meio escolar. Os polícias até dão acções de
sensibilização e ensinam aos alunos como devem agir em
determinadas situações de risco. Fornecem-lhes conselhos
para se protegerem de eventuais agressões e evitarem ser
assaltados".
"O programa tem evoluído, dando mais formação e preparação
específica aos agentes policiais", sublinha o mesmo
responsável, explicando que "abrange todas as escolas do
País e dá mais atenção às que apresentam mais problemas".
Referindo-se ao tipo de crime, esclarece que "furtos, roubos
e agressões se registam mais em zonas urbanas da periferia,
mas a maior parte dos casos não envolve violência". Os dados
de que dispõe revelam que "os principais alvos de roubos e
agressões são alunos com idades entre os 11 e os 15 anos".
Quanto ao perfil dos ladrões, "são miúdos quase da mesma
idade dos alunos e que normalmente residem perto da escola.
Costumam actuar em grupos de dois ou três, mas não se pode
considerar que sejam bandos organizados".