Organizações internacionais vão analisar
universidades e politécnicos e fazer
recomendações
O ministro
da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior,
Mariano Gago, quer introduzir novas reformas
no ensino superior antes mesmo de conhecer
os resultados da avaliação internacional que
vai começar a ser feita às universidades e
politécnicos portugueses.
Ontem, em Lisboa, na presença do
primeiro-ministro, José Sócrates, o ministro
apresentou o modelo de avaliação
internacional que será desenvolvido por
entidades com "experiência reconhecida",
como a Organização para a Cooperação e
Desenvolvimento Económico (OCDE).
O sistema de ensino superior português vai
ser submetido a três tipos de avaliação, que
darão origem a recomendações com o objectivo
de melhorar a qualidade do sistema. À OCDE
caberá fazer uma avaliação global do ensino
superior e das suas políticas, comparando-as
com outros Estados-membros da organização.
Responder às exigências
do mundo moderno
A Rede Europeia de Certificação de Qualidade
do Ensino Superior vai, por seu lado,
pronunciar-se sobre as actuais práticas de
avaliação e aferir a sua qualidade.
Compete-lhe ainda analisar as actividades de
algumas agências portuguesas - como o
Conselho Nacional de Avaliação do Ensino
Superior, presidido por Adriano Moreira - e
as práticas de acreditação profissional. As
instituições de ensino poderão ainda
submeter-se a uma avaliação, em regime de
voluntariado, pela Associação Europeia das
Universidades.
Os resultados de qualquer uma das três
avaliações só serão divulgados no final do
próximo ano. Antes disso, o Governo quer
avançar com um programa que visa responder
às "exigências do mundo moderno",
nomeadamento no âmbito do aumento das
competências e qualificação dos portugueses,
anunciou José Sócrates.
"Ao longo do próximo ano procederemos a
reformas", confirmou Mariano Gago aos
jornalistas no Centro Cultural de Belém. No
que diz respeito à avaliação, a tutela
tenciona rever a lei para tornar o processo
obrigatório, de maneira a que todas as
instituições possam ser avaliadas. O
ministério tem ainda a intenção de rever o
acesso ao ensino superior, para permitir o
alargamento a novos públicos, nomeadamente
nos cursos de especialização tecnológica.
A avaliação internacional tem como objectivo
melhorar o ensino superior e transmitir aos
alunos, famílias e mercado de trabalho uma
"maior segurança e confiança", não só no
diploma mas na instituição onde se estudou.
Esta avaliação é um "acto de confiança na
vitalidade do ensino superior português",
porque "só se avalia aquilo em que se tem
confiança", assegurou Mariano Gago.