Público - 23 Nov 05

Trabalhos de escola plagiados da Net aumentam

 

Há cada vez mais estudantes a apresentar trabalhos de curso plagiados da Internet e esta é uma tendência que muito dificilmente poderá ser controlada, alertou recentemente o organismo britânico responsável pela avaliação dos currículos escolares e qualificações. Além disso, muitos professores e pais ajudam de mais os seus alunos na realização destes trabalhos.
Em resposta às preocupações expressas pela Autoridade para o Currículo e Qualificações (QCA), a ministra inglesa da Educação, Ruth Kelly, anunciou ontem a intenção de rever a forma como as escolas pedem os trabalhos aos alunos de 16 anos. Ruth Kelly entende que os trabalhos de curso, como relatórios escritos, investigações ou apresentações, só devem ser solicitados quando essa for de facto a melhor forma de avaliar os conhecimentos dos estudantes.
Em breve a ministra irá também dar orientações precisas, dirigidas a professores e pais, sobre até onde pode ir a sua ajuda, noticia a BBC on-line. "Espero que a QCA aplique as sanções devidas sempre que se descubra que houve violação das regras. É fundamental para o vosso papel de regulador que zelem pela confiança pública no sistema nacional de qualificações, incluindo as que são conseguidas através da realização de trabalhos de curso", escreveu Ruth Kelly, numa carta dirigida a este organismo e divulgada pela Reuters.
Ken Boston, director da QCA, lembrou os benefícios educativos que advêm da realização destes trabalhos mas reafirmou os riscos: "A Internet aumentou as possibilidades de recurso ao plágio. Os trabalhos de curso estão disponíveis para todos os anos e para todas as matérias. Alguns são de acesso livre, outros podem ser vendidos por encomenda. E como uma grande parte destes trabalhos são feitos fora da escola, a utilização destes sites não pode ser controlada", explicou Ken Boston.

 

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