Há cada vez mais estudantes a apresentar
trabalhos de curso plagiados da Internet e
esta é uma tendência que muito dificilmente
poderá ser controlada, alertou recentemente
o organismo britânico responsável pela
avaliação dos currículos escolares e
qualificações. Além disso, muitos
professores e pais ajudam de mais os seus
alunos na realização destes trabalhos.
Em resposta às preocupações expressas pela
Autoridade para o Currículo e Qualificações
(QCA), a ministra inglesa da Educação, Ruth
Kelly, anunciou ontem a intenção de rever a
forma como as escolas pedem os trabalhos aos
alunos de 16 anos. Ruth Kelly entende que os
trabalhos de curso, como relatórios
escritos, investigações ou apresentações, só
devem ser solicitados quando essa for de
facto a melhor forma de avaliar os
conhecimentos dos estudantes.
Em breve a ministra irá também dar
orientações precisas, dirigidas a
professores e pais, sobre até onde pode ir a
sua ajuda, noticia a BBC on-line. "Espero
que a QCA aplique as sanções devidas sempre
que se descubra que houve violação das
regras. É fundamental para o vosso papel de
regulador que zelem pela confiança pública
no sistema nacional de qualificações,
incluindo as que são conseguidas através da
realização de trabalhos de curso", escreveu
Ruth Kelly, numa carta dirigida a este
organismo e divulgada pela Reuters.
Ken Boston, director da QCA, lembrou os
benefícios educativos que advêm da
realização destes trabalhos mas reafirmou os
riscos: "A Internet aumentou as
possibilidades de recurso ao plágio. Os
trabalhos de curso estão disponíveis para
todos os anos e para todas as matérias.
Alguns são de acesso livre, outros podem ser
vendidos por encomenda. E como uma grande
parte destes trabalhos são feitos fora da
escola, a utilização destes sites não pode
ser controlada", explicou Ken Boston.