Público online - 10
Nov 06
Petição para a realização de consulta popular
discutida na quarta-feira
Comité Pró-Referendo à Procriação Assistida pede
pareceres a cientistas e juristas
O Comité
Pró Referendo à Procriação Medicamente Assistida
(PMA) anunciou hoje que vai pedir pareceres a
cientistas e juristas, que juntará ao pedido de
fiscalização da constitucionalidade feito por
deputados do PSD e CDS-PP.
Ontem, um
grupo de deputados do PSD e do CDS-PP, que tem
dúvidas quanto à Lei de PMA, divulgou que ia
entregar hoje no Tribunal Constitucional um pedido
de fiscalização do diploma, por considerarem que
"pode colidir com princípios básicos da Constituição
e da Convenção de Oviedo sobre os direitos do homem
e biomedicina".
Segundo o Comité Pró Referendo, o tribunal irá agora
apreciar da legalidade e constitucionalidade de
soluções legislativas consagradas na lei, como sejam
o uso de embriões para experimentação, a clonagem, a
maternidade de substituição, a criação de bancos de
esperma e ovócitos, o anonimato do dador ou o
direito de conhecer o pai biológico.
"É com enorme expectativa que o comité aguarda
serenamente um juízo legal, científico e
jurisprudencial sobre estas matérias", diz a
entidade, acrescentando que irá solicitar a
cientistas e juristas de "renome" pareceres sobre
questões concretas, que juntará ao processo agora
aberto no Tribunal Constitucional.
O comité lembra que na próxima quarta-feira será
discutida na Assembleia da República a petição
Pró-Referendo à Lei da Reprodução Artificial.
"Depois de todos os esforços concretiza-se o pedido
de 82 mil cidadãos portugueses de verem a sua
petição debatida de forma séria no plenário da
Assembleia da República", refere em comunicado.
Para o comité, esta iniciativa popular não esgota o
trabalho a desenvolver e "é tempo de continuar os
esforços no terreno do esclarecimento público, do
debate científico e de acompanhamento do problema da
infertilidade".
Aponta ainda a existência de uma lei que o
Parlamento aprovou sem para tal estar legitimado,
alegando que nenhum partido se apresentou ao
eleitorado com um programa sobre esta questão.
"A nossa motivação não é ideológica, não é um
problema que se identifica com a lei em si, é, antes
de mais, o entendimento dos valores civilizacionais
que caracterizam o povo português", conclui o
comité.