Público - 15
Nov 06
Ministro reconhece existência de desigualdades
fiscais
O ministro das Finanças reconheceu ontem a
existência de desigualdades na fiscalidade aplicada
às famílias, prometendo medidas correctoras desde
que haja "margem de manobra". Teixeira dos Santos
respondia a uma questão levantada pelo deputado do
CDS-PP Diogo Feyo, na Comissão Parlamentar de
Orçamento e Finanças.
Diogo Feyo contestou as situações de desigualdade
que se colocam às famílias em matéria fiscal, dando
o exemplo de um casal com três dependentes, casado,
e outro, também com três dependentes, mas
divorciado, assegurando que no primeiro caso o
imposto pago é o dobro. O deputado propôs que a
divisão seja feita com base num coeficiente familiar
e não conjugal, acrescentando um por cento por cada
filho.
Teixeira dos Santos reconheceu a existência de
tratamento desigual, admitindo ser necessário
encontrar uma solução que "atenue ou mesmo elimine"
essa desigualdade, o que considerou difícil num
"contexto de contenção" como o actual. Contudo,
algumas medidas poderão ser adoptadas, desde que
haja "margem de manobra", afirmou.
O ministro das Finanças garantiu também que a
proposta do Orçamento do Estado para 2007 não
depende da aprovação das leis das finanças locais e
regionais. Teixeira dos Santos disse que a
possibilidade das autarquias receberem por
duodécimos até à aprovação das leis visa permitir
que o Parlamento e o Presidente da República "façam
um juízo sem qualquer tipo de pressão, nomeadamente
quanto à viabilização do orçamento".
O ministro garantiu que, "aconteça o que acontecer,
a proposta do Orçamento pode ser executada porque
não depende da aprovação" das leis das finanças
locais e regionais. Lusa