Objectivo do encontro, no final do mês,
é "identificar grandes escolhas a operar
em Portugal"

A sugestão é do administrador da Fundação Calouste Gulbenkian Eduardo Marçal Grilo: as escolas devem apostar na educação para o empreendedorismo, não tanto para formar mais empresários, mas pessoas que nos seus trabalhos sejam interventivas e criativas.
"Educar para inovar" foi por isso o que o ex-ministro da Educação do Governo Guterres ontem propôs, durante a apresentação da conferência internacional da Gulbenkian sobre educação, inovação e desenvolvimento, que vai decorrer em Lisboa nos próximos dias 27 e 28.
Maria João Rodrigues, comissária da conferência e ex-ministra para a Qualificação e o Emprego, durante o anterior Governo PS, refere num texto sobre o encontro que os estudos internacionais mais recentes apontam para uma correlação entre os níveis de educação, o aumento de produtividade e as perspectivas de crescimento sustentável. Por um lado, o "factor educação" pode explicar as diferenças de riqueza entre as nações; por outro, parece estar directamente ligado à recuperação de países que estavam mais atrasados, acrescenta.
Este é o mote, enumera Grilo, para reflectir sobre as novas competências-chave no ensino básico; a formação para o empreendedorismo e a inovação em todos os níveis de ensino; o desenvolvimento da ciência e tecnologia; o papel das universidades, "que devem ser capazes de atingir níveis de excelência internacional"; e a aprendizagem ao longo da vida.
O objectivo do encontro é "identificar grandes escolhas a operar em Portugal, se se quiser fazer da educação e da formação uma alavanca mais forte para o desenvolvimento", salienta Maria João Rodrigues.12 milhões são custeados pelas empresas. O programa destina-se a firmas que tenham até 250 trabalhadores.