Jornal de Negócios online - 21 Nov 06

Cavaco quer que empresários bem sucedidos contribuam para a justiça social

Jornal de Negócios com Lusa

O Presidente da República apelou, segunda-feira, a que os "homens de negócios bem sucedidos" em Portugal se mobilizem e contribuam para o reforço da justiça social no País, partilhando "uma parte do seu quinhão de sucesso".

"É de esperar que, cada vez mais, os nossos homens de negócios bem sucedidos dêem exemplos visíveis de partilha de solidariedade, contribuindo pessoalmente para que as novas gerações beneficiem de um Portugal mais justo, coeso e progressivo", disse Cavaco Silva, ao presidir ao jantar de lançamento da associação Empresários pela Inclusão Social (EIS).

Perante mais de cem empresários, Cavaco Silva procurou acentuar que os empresários que são bem sucedidos "devem ter a generosidade de contribuir para melhorar a sociedade em que se inserem, retribuindo-lhe (...) uma parte do seu quinhão de sucesso".

E lembrou, aludindo ao conceito de "capitalismo de inclusão", que tem ganho popularidade crescente no mundo da gestão: "As empresas podem, ao mesmo tempo, criar valor e justiça social (...) não existe um conflito entre bem-estar económico das empresas e a sua acção como agentes activos de aperfeiçoamento da sociedade de que fazem parte".

"Se à capacidade do homem de negócios de sucesso se juntar a grandeza humana de uma atitude filantrópica, a sociedade portuguesa será duplamente ganhadora. Por isso, quem quer o bem de Portugal e dos portugueses não pode ter inibição em afirmar que precisamos de mais e não de menos empresários e gestores de sucesso (...) sensíveis ao apelo altruístico para a acção", acrescentou.

O Chefe de Estado enalteceu, por isso, a constituição da EIS, uma iniciativa que apoiou "desde a primeira hora", por corresponder à "cultura cívica de responsabilidade" a que tem apelado e que considerou "um importante exemplo de consciência social e maturidade cívica".

Em particular, Cavaco Silva acentuou o facto da EIS privilegiar a "produção de resultados a uma "abordagem assistencialista".

Além disso, acrescentou, ao definir como áreas prioritárias de intervenção o combate ao abandono escolar e o incentivo ao empreendedorismo entre os jovens, a associação lançada segunda-feira "vai ao encontro de problemas e lacunas"  que têm em Portugal "particular gravidade".

"Ao contribuir para melhorar a qualificação dos recursos humanos e as condições de empregabilidade, atinge um dos principais factores de exclusão social . Por outro lado, na linha da ´nova filantropia´, a associação vai empenhar-se n o sucesso dos projectos que financia, através de adequados mecanismos de acompanhamento e fiscalização", referiu.

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