Jornal de Negócios online - 22
Nov 06
CDS-PP apresenta propostas de alteração
orçamental de natureza fiscal
Rui Peres Jorge
O CDS-PP apresentou em
conferência de imprensa as propostas de alteração
orçamental de natureza fiscal para serem debatidas
na próxima semana em plenário da Assembleia da
República (AR).
Para Diogo Feio, porta-voz do CDS
para os assuntos económicos, as propostas
apresentadas são fundamentalmente para famílias e
empresas com objectivo de obter um sistema fiscal
mais justo e competitivo.
No que diz respeito às empresas,
o CDS propõe a introdução de arbitragem na resolução
de conflitos de natureza fiscal, fundamentalmente,
para casos de benefícios fiscais concedidos a
grandes investimentos.
Quando estiverem em causa
reclamações administrativas para valores superiores
a um milhão de euros, o CDS propõe que a
administração fiscal apresente uma proposta de
resolução do conflito no prazo de 60 dias a qual
terá que ter resposta por parte do contribuinte no
prazo de 15 dias.
Uma segunda proposta no caso das
empresas é a adopção de um regime especial de
tributação para sociedades nacionais gestoras de
participações sociais no estrangeiro, importando um
modelo existente em Espanha. "Pretende-se atrair
‘holdings’ estrangeiras para Portugal", disse Diogo
Feio.
Foi ainda proposto pelo grupo
parlamentar do PP a aplicação do novo regime de
contabilidade simplificada para pequenas e médias
empresas (PME) com volume de negócios inferior a 300
mil euros. O PP propõe também uma taxa especial de
IRC para empresas que dispersem capital em bolsa.
Finalmente, foi ainda proposta
uma taxa de IRC de 18% para empresas com sede em
zonas fronteiriças.
Na tributação das famílias, o PP
apresentou três medidas centrais. Que o coeficiente
conjugal, que actualmente faz uma divisão do
rendimento da família por dois, seja acrescido de
mais uma décima de ponto por cada filho.
O PP propôs ainda que nas
deduções à colecta de não dependentes seja
introduzida uma escala onde a dedução seria de 40%
do salário mínimo para um não dependente, de 45%
para dois, 50% para três, e 55% para quatro ou mais
não dependentes.
É proposta ainda que a dedução à
colecta com despesas com educação passe de 30 para
35% até a um limite de 200% do salário mínimo
nacional (actualmente é de 160%).
O CDS propõe que as deduções à
colecta aplicadas a gastos em energias renováveis
passe de 743 para 800 euros.