APFN - 13 de Outubro
União dos Editores Portugueses Está Contra
a Gratuitidade dos Manuais - Comunicado da APFN
Foi com total estupefacção que a APFN -
Associação Portuguesa de Famílias Numerosas tomou conhecimento pela
comunicação social da atitude da União dos Editores Portugueses
contra a vontade de o governo de tornar os manuais escolares gratuitos
no primeiro ciclo.
A APFN tem estado na linha da frente na
denúncia da escandalosa negociata com os livros escolares, alimentada
à custa dos pais dos alunos, a quem é imposto um gasto exagerado e
despropositado com a escolaridade dos seus filhos para sustento e gozo
de quem não tem o mínimo sentido do seu dever social.
Esta negociata é feita à custa dos seguintes
subterfúgios:
1 - Existência de programas escolares
desadequados, tornando muito difícil, se não impossível, ser cumprido
pela esmagadora maioria das escolas, encapotado pela "avaliação
contínua".
2 - Programas escolares extensos obrigam à
aquisição de um exagerado número de livros escolares, muitos dos
quais chegam virgens ao fim do ano por não ter sido possível cobrir
essa matéria (mas tiveram que ser pagos...)
3 - Muitos livros escolares comprados no início
do ano são postos de lado por professores, que "acham" que
outros livros "são melhores", que também têm que ser
comprados... mas, comparando os tais "melhores" com os que
tinham sido adquiridos anteriormente, é difícil descobrir a razão da
escolha!
4 - As edições dos livros são inutilmente
caras. Será muito simples produzirem-se edições menos luxuosas com o
mesmo valor pedagógico, mas evidente redução de custo.
5 - Grande parte dos livros têm livros de
exercícios em anexo, em que os alunos têm que escrever no próprio
livro, inutilizando-os para eventual utilização no ano seguinte por um
irmão ou um colega necessitado... e os livros de exercícios, como é
evidente, a fim de alimentar a negociata, não podem ser vendidos em
separado.
6 - A comunicação social tem denunciado, com
frequência, mas ainda sem sucesso, vários "esquemas" para
levar professores a imporem determinados livros escolares, nomeadamente
o benefício de "favores" por parte das editoras.
A APFN repudia totalmente toda a argumentação
usada pela UEP - União dos Editores Portugueses na defesa da sua
posição.
A APFN não está contra a UEP nem deseja a
falência das empresas suas associadas.
Mas, como é evidente, opõe-se frontalmente à
exploração a que os pais são sujeitos, tanto maior quanto maior o
número de filhos, até agora perante a total conivência do Ministério
da Educação.
Como tal, a APFN:
1 - Apoia a 100% tudo o que este Ministério
fizer para acabar com este escândalo, estando totalmente disponível
para colaborar no sentido de se encontrarem soluções adequadas.
2 - Apoia a 100% tudo o que a CONFAP -
Confederação das Associações de Pais tem feito no mesmo sentido.
3 - Apela à UEP para se introspeccionar e, de
forma determinada, acabar de vez com as práticas que tem adoptado.