Ecclesia - 21 de Outubro

APFN debate "Família e trabalho"
Legislação avançada, prática atrasada


Filipe R. Lucena 

Horários de trabalho, apoio à maternidade e à paternidade, sem que os trabalhadores vejam em risco o seu posto de trabalho, o direito à participação em reuniões de pais, nas escolas dos filhos: estes são alguns dos “pontos em que Portugal tem uma legislação avançada – reconhece Fernando Castro – mas onde, na prática, as coisas não se passam assim”, acusa o Presidente da Direcção da Associação Portuguesa das Famílias Numerosas. Esta foi também uma das conclusões da conferência que a APFN promoveu, dia 17 de Outubro, sobre “Família e Trabalho”. No auditório 2 da Fundação Calouste Gulbenkian, assistiram 80 pessoas às intervenções de Mário Ferreira, Isabel Stilwell e António Soares. “Correu muitíssimo bem. Ultrapassou as expectativas”, afirmou Fernando Castro.

Em declarações à Agência Ecclesia, o Presidente da APFN referiu que “as empresas colocam a vida familiar e pessoal dos trabalhadores como «coisa para idiotas»” e lembrou um caso relatado na conferência da Gulbenkian, passado nos Estados Unidos da América, onde a mentalidade e abertura para a vida pessoal e familiar dos trabalhadores está mais avançada. “Uma empresa perante a falta de rentabilidade dos trabalhadores, fez contas e decidiu incentivar e apoiar a vida pessoal dos seus empregados. Passados uns tempos, a rentabilidade dos trabalhadores começou a apresentar resultados positivos”.

Em Portugal, este “é um problema de mentalidade de empresários mas também dos próprios trabalhadores”, sublinhou Fernando Castro. Para a APFN é preciso mudar e para que isso aconteça “é preciso que as pessoas parem e reflictam: é isto que quero? Para onde estou a levar a minha família? Temos que mudar mas esta mudança começa em cada um de nós”, afirma o Presidente da Direcção da APFN. 

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