NOTÍCIA
Manuais escolares - Conselho Nacional de Educação
publicado a 21/01/2011
Foram apresentadas na Assembleia da República 4 Propostas de Lei relativas aos Manuais Escolares. No dia 11 de Janeiro, a APFN foi ouvida em sede do Conselho Nacional de Educação sobre estas Propostas de Lei e sobre as suas posições relativamente a este assunto.
Desde a sua existência que a APFN tem defendido a urgência da reutilização dos livros escolares e o incentivo à criação de Bancos de Manuais Escolares. Sempre defendemos que os livros escolares devem ser produzidos tendo em atenção a sua durabilidade e que não seja permitido aos alunos neles escreverem ou fazerem exercícios, não devendo portanto essa possibilidade estar sequer contemplada nos manuais. Também defendemos a estabilização dos manuais escolares durante um período mais alargado de tempo e um maior controlo sobre a sua qualidade, pois continuam a existir vários manuais com erros, inclusive científicos.
A nossa posição tem a ver não só com a boa gestão dos recursos (das famílias, do Estado, das Autarquias,?) e com as mensagens que passamos aos nossos filhos, mas também com a certeza de que pedagogicamente esta solução terá muitas vantagens para os próprios alunos.
Com a colaboração dos nossos associados, efectuámos um levantamento dos gastos com livros escolares no corrente ano lectivo de 2010/11 ? números que resultam da prática da actual lei e com reutilização sempre que possível:
Ano de Escolaridade Gasto Médio em Livros Escolares 1º Ano 85 euros 2º Ano 86 euros 3º Ano 105 euros 4º Ano 105 euros 5º Ano 157 euros 6º Ano 161 euros 7º Ano 241 euros 8º Ano 221 euros 9º Ano 236 euros 10º Ano 230 euros 11º Ano 268 euros 12º Ano 222 euros
Os números a que chegámos são bem reveladores do enorme desperdício anual e da gigantesca ginástica financeira que as famílias, em especial as numerosas, têm que fazer.
Em linha com o que sempre defendeu, a APFN propõe:
- Total proibição de escrita nos manuais, cadernos de exercícios ou outros que façam parte do chamado Bloco Pedagógico logo a partir do 1º ano do 1º ciclo;
- Extensão da duração dos manuais escolares e estabelecimento da duração e revisão por área curricular;
- Sistema universal de acesso a empréstimo de manuais escolares através da criação de Bancos de Manuais em todas as escolas;
- Muito embora na larga maioria dos países europeus a cedência por empréstimo seja totalmente gratuita, e essa seja a situação ideal, face às restrições orçamentais existentes, propomos que no máximo seja cobrado pelo empréstimo um valor correspondente ao uso de um ano, face à previsão de duração em termos de anos de um manual escolar;
- Às famílias da ASE, deverão da mesma forma ser facultados os livros por empréstimo mas sem que haja lugar ao pagamento de qualquer valor, podendo ser apenas exigida uma caução; neste caso, a amortização anual será suportada por orçamento da ASE, bem inferior ao custo actualmente por esta suportado;
- Envolvimento dos alunos, dos pais e de voluntários da comunidade no trabalho dos Bancos de Manuais Escolares.
Agradecemos toda a colaboração enviada pelos sócios quer na resposta ao inquérito quer na construção das nossas propostas.