A APFN manifesta
a sua enorme surpresa pelas recentes
infelizes declarações do Secretário de Estado
Adjunto e da Educação Jorge Pedreira ao
acusar os pais de demagogia, de não fazer as
contas, de "terem interesses por trás" ou de
insanidade por ter acusado o
Ministério da Educação de estar ao serviço da
indústria educativa em vez dos alunos, pais e do
país.
A acusação que a APFN faz é a que sempre tem
feito desde que existe, há mais de 8 anos, e baseada em
factos!
Vamos a factos:
1 - Mesmo que os pais não saibam fazer contas (e é claro
que existem pais que não sabem fazer contas), as meninas das
caixas das livrarias encarregam-se de o fazer com a caixa registadora
e todos os pais, quer saibam ou não saibam fazer as
contas, têm que pagar o cabaz que são obrigados a comprar pela
indústria educativa, com a bênção do Ministério!
2 - Objectivamente, os livros que os pais são obrigados
a comprar cobrem muitíssimo mais matéria do que a que é, de
facto, "exigida" aos alunos. Daí que quase não existam exames...
Apenas, volta e meia umas coisas a que chamam "provas de aferição", mas
que podiam ser chamadas de outra coisa qualquer, designadamente "fantochada".
3 - O Governo publicou em Agosto de 2006, com grande
publicidade, o Decreto-Lei 47/2006 que afimava que (finalmente)
TODOS os livros teriam que ser reutilizáveis, o que motivou
natural e justa manifestação pública de enorme satisfação por parte da
APFN (http://www.apfn.com.pt/Noticias/Set2006/apfn.htm).
Infelizmente, tal manifestação foi precoce, uma vez que o referido
Secretário de Estado veio "esclarecer" há poucos dias que isso
acontecerá apenas em 2008(!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!) e não em
todos os livros, como previsto no Decreto-Lei feito pelo seu Ministério,
presumivelmente da sua autoria ou, no mínimo, com o seu conhecimento!
2 anos para entrar em vigor e apenas parcialmente???? Para
proteger quem? Os pais, os alunos e o país, ou a indústria educativa?
3 - Os programas das diversas disciplinas mudam com
enorme e injustificada frequência, resultado óbvio da objectiva
incompetência do Ministério, com imensos custos para os pais e
país, mas evidentes benefícios para a indústria educativa.
4 - Os relatórios da OCDE mostram, sempre, Portugal como
um dos países em que mais se gasta por aluno e piores resultados
se obtêm.
Perante estes factos, a APFN pergunta quem é que
parece "estar ao serviço de interesses", revelar insanidade, ser
demagogo ou não saber fazer contas?
A APFN recomenda ao Secretário de Estado Adjunto e da
Educação que, mesmo que não saiba fazer contas, leia os
relatórios da OCDE e ponha em prática JÁ (e
não em 2008, 2009 ou 2020) o que lá é recomendado, uma vez que é
para pôr o Ministério da Educação JÁ ao serviço dos alunos, dos pais e
do país que os contribuintes portugueses, pais ou não, lhe pagam o
vencimento.
Conforme a APFN tem afirmado e demonstrado, está
totalmente disponível para colaborar activamente com o Ministério da
Educação neste desafio que há anos tem vindo a ser adiado.
2 de Setembro de 2007