"+Família no
fortalecimento do tecido social", em Évora, por Eugénio Gamboa
Embora a família tenha sido o garante do
sucesso civilizacional da humanidade, actualmente, nas sociedades do
mundo ocidental industrializado, apesar da centralidade crescente dos
tópicos relacionados com a família, é necessário explicitar e defender
a tipologia de famílias biparental fundada no casamento em termos de
sustentação empírica e científica. A família biparental heterosexual é
fundamental para o bom desenvolvimento da criança. Reconhece-se que,
na esmagadora maioria dos casos, o casamento é um instrumento de
reforço da família, sendo falso que todas as tipologias familiares são
idênticas no que se refere às crianças.
A família constitui a primeira esfera de identidade do ser humano, é
na família que a criança desenvolve a sua personalidade própria e é
inserida nas regras sociais da sociabilidade. Contudo, na sociedade
contemporânea os pais vêem-se obrigados a lutar diariamente contra
tudo e todos:
-Têm de lutar contra uma cultura mediática que não valoriza a família
e que veicula imagens idealizadas de tipologias familiares
alternativas, que valoriza em excesso a realização sexual do
indivíduo, que apresenta a destruturação familiar em termos benignos.
-Têm que lutar contra uma cultura empresarial desajustada a uma
realidade em que ambos os progenitores trabalham mas que ainda não
reconheceu as vantagens de políticas empresariais pró-família.
-Têm de lutar contra uma cultura intelectual que continua a veicular
mensagens que desvalorizam a importância do casamento.
-Têm de lutar contra um Estado e políticas públicas que se abstêm de
providenciar as infra estruturas bases que permitem qualidade de vida
familiar.
-Têm de lutar diariamente por ambientes seguros e pela qualidade de
ensino.
Em termos de políticas públicas, o papel do estado deve ser visto pela
positiva, ou seja, não prejudicar nenhuma tipologia em particular
providenciando aquilo que lhe compete, ou seja, infra estruturas de
apoio à família, protegendo os mais frágeis, embora possa dar um sinal
à sociedade sobre qual é a estrutura que mais beneficia a mesma e
sobretudo, não deve promover uma concorrência desleal à mesma.
Ressaltou-se a importância de exercício da cidadania como um direito
na defesa dos valores da família como comunidade onde naturalmente se
desenvolvem os laços afectivos, solidários e intergeracionais.
Crescentemente os dados apontam para que o desenvolvimento saudável do
indivíduo nos valores fundamentais para o bem funcionamento da
sociedade assente na vivência num contexto familiar, não existindo uma
alternativa efectiva e consensual à família no seu desempenho de
produção e educação das crianças.
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