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Educar exige disponibilidade

Se cada família desempenhar a função educativa com qualidade,
a sociedade em que vivemos será francamente melhor.
A palavra educação tem de ser revalorizada. Ao
educar estamos a formar pessoas na sua globalidade, nas dimensões física e psíquica,
espiritual e ética. Para os pais desempenharem a função educativa precisam
de ter formação e disponibilidade física e mental.
Não precisam de muito tempo, mas precisam de aprender a
gerir o tempo.
Gerir o tempo exige disponibilidade. Para que os pais
usufruam de disponibilidade são necessárias medidas legislativas que facilitem
a conciliação entre a actividade profissional e a vida familiar que deve
incluir o lazer.
Esta conciliação deverá ser facilitada com a criação/institucionalização
de:
-
Bons serviços de acolhimento para as crianças;
-
Bons serviços de prestação de cuidados a idosos;
-
Regimes flexíveis de trabalho;
-
Licenças/dispensas, por motivos especiais, para os
pais (pai e mãe) que trabalham;
-
Incentivos a uma maior participação do pai na vida
familiar;
-
Adopção de novas modalidades de trabalho, como por
exemplo o tele-trabalho. Esta modalidade permite evitar o desgaste/cansaço e a
perda de tempo das deslocações diárias e indirectamente contribui para a
diminuição do tráfego automóvel nas grandes cidades.
Está provado que a concentração e a produtividade
aumentam quando os trabalhadores estão tranquilos porque deixaram os filhos em
locais seguros e com qualidade durante o período de trabalho.
A educação não pode tornar-se um pesadelo, mas tem de
ser vivida com serenidade, humor e Amor. Esta educação de qualidade promove o
funcionamento equilibrado da sociedade prevenindo problemas sociais de elevados
custos económicos.
Todos sabemos os biliões do orçamento de Estado gastos no
combate à droga, à sida, ao alcoolismo e a outras disfunções originadas pela
solidão em que hoje as crianças e os jovens vivem.
Não tenhamos medo de
encarar a realidade. Muitos dos nossos jovens sofrem de solidão.
Inquéritos
realizados em países Europeus demonstram não só a solidão dos jovens, bem
como as dificuldades que sentem em se relacionar, ocasionadas pela civilização
individualista e massificadora que não lhes dá tempo para aprender a ouvir, a
reflectir e a ter espírito crítico.
Não deverá uma parcela do orçamento ser canalizada para
medidas que facilitem aos pais tempo para estarem com os seus filhos?
Pais e filhos têm de construir um ambiente em que gostem
de estar uns com os outros, em que se apreciem, em que vivam momentos e criem raízes
comuns.
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