EDUCAÇÃO SEXUAL CHEGA À ESCOLA

Este é o título de uma notícia do semanário Expresso, do passado dia 28 de Outubro, onde se afirma ter o Ministério da Educação iniciado a distribuição, pelas escolas do ensino básico e secundário, do “Guia de Educação Sexual em Meio Escolar”. 

Desconheço o conteúdo do Guia, contudo li no Diário de Notícias do dia 10 de Novembro que “o psiquiatra Daniel Sampaio está contra a forma precipitada e sem bases com que, neste ano lectivo, o Ministério da Educação iniciou a educação sexual nas escolas, lançando a perplexidade em alunos e pais”.

Estas duas notícias fizeram-me pensar: será possível que o Ministro da Educação queira que os seus filhos aprendam, com um professor qualquer, matérias relacionadas com a educação sexual, sem que a Escola, antecipadamente tenha falado com ele (pai) ou com a mulher, mãe dos seus filhos?

Conhecem os pais esse Guia de Educação Sexual em Meio Escolar? Que professores vão ser escolhidos para dar essa matéria?

Qual o critério? Que formação foi dada aos professores? Em que disciplinas a matéria vai ser tratada? O professor vai ter em consideração a idade dos alunos? E está ciente que a maturidade de uma rapariga de 12 anos é totalmente diferente da de um rapaz da mesma idade? Em turmas em que há alunos com culturas muito específicas como vai o professor gerir a dificuldade de vivências tão diferentes? E quando na mesma turma existem alunos repetentes, o que implica idades muito diferentes?

Numa sociedade em que a maioria dos canais de televisão, intencionalmente ou não, defende uma vida sexual sem qualquer limitação, é legítimo que os pais saudáveis se interroguem sobre o quê, o como e quem vai educar “a saúde reprodutiva” dos seus filhos.

Aliás, não se generalize que as famílias não estão preparadas para educar sexualmente os seus filhos. Há mesmo muitas famílias que felizmente dialogam com os seus filhos, oportunamente, com a preocupação de formar homens e mulheres equilibrados nos seus afectos e sensibilidades, capazes de assumirem as responsabilidades de futuros pais.
Se o Estado sabe que há famílias que não são capazes de transmitir tal educação, porque não se preocupa em ajudá-las? Resolvia dois problemas: educava as famílias e paralelamente os seus filhos.

Porque está a Escola de costas voltadas para a Família?

Quando a A.R. aprova a “contracepção de emergência”, denominação “politicamente correcta” da chamada “pílula do dia seguinte” e os pais que impediram a legalização do aborto nada fazem, há algo que não vai bem nesta nossa sociedade. 

É que a “pílula do dia seguinte” ao impedir, dada a dose maciça de hormonas, que o embrião se desenvolva, interrompe uma vida já formada e é um meio abortivo. Essa pílula, que é um meio abortivo, vai passar a ser distribuída sem controlo médico e se calhar até gratuitamente, ignorando as consequências laterais gravíssimas para a saúde da mulher e principalmente dos órgãos em desenvolvimento das jovens?

E nós pais, vamos continuando o nosso dia-a-dia tão cheio de ocupações que nem sequer nos questionamos?

Aceitamos que o Estado incite os nossos filhos a ter uma vida sexual sem limites, tal como estimulam anúncios e canções que mais ou menos dizem isto: “Jovens, aproveitem a vida, tenham relações quando e onde vos apetecer! É preciso é não esquecer o preservativo (“sexo seguro”)” e... acrescento eu, “se houver algum azar a jovem toma a pílula do dia seguinte”.
Será que nos apercebemos do que se vai passar nas escolas deste país se os pais não exigirem saber o que vai ser ensinado aos seus filhos, como e por quem?

Uma atitude saudável, por parte das Escolas, seria estabelecer parcerias com pais que estejam habituados a dialogar com os seus filhos sobre comportamentos, sensibilidades e afectos. Isto é educação sexual, porque educação sexual não se reduz a ensinar a ter relações sexuais sem perigo de “fazer” filhos e a evitar doenças venéreas. Se a Escola não pede ajuda aos pais, têm os pais de agir e ir à escola saber o que se passa. E quanto mais cedo, melhor! (1)

(1) Para quem quiser documentar-se sobre a ausência de valores e de referências na nossa sociedade actual, recomenda-se a leitura do artigo “O que aconteceu às crianças” de Kay S. Hymowitz, publicado no nº 5 (Julho/Setembro) da revista “Nova Cidadania” edição Principia

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