Naquele dia eu cheguei cedo para almoçar. Claro que não estava pronto. «O almoço ainda não está pronto». «Mas eu tenho um doente a ver, antes de...». «Espera um pouco...». «Não posso esperar». ... ... ... ... Neste «espera», «não posso»... a voz subiu por tonalidades de todo desusadas. O nosso mais velho andaria pelos e 5 anos, quando muito. Devia estar com os olhos num e noutro. E a certa altura ouvimo-lo: «Então.. agora já não se gostam?». Não sei quantas dezenas de vezes contei esta história no consultório. Sempre que as coisas lá por outros lados estavam tremidas e o pequeno em causa me parecia... o meu mais velho de um instante luminoso.