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APFN - Associação Portuguesa de Famílias Numerosas
Comunicado
Titanic |
No passado dia 28, o Primeiro-Ministro usou a imagem do "Titanic" para retratar a situação da Segurança Social.
A APFN considera essa imagem extremamente feliz.
Com efeito, o sistema de Segurança Social está a afundar-se devido a:
-
Crescente número de "pesos altos", isto é, pensões de reforma muito elevadas e muitas delas concedidas antecipadamente, aliada ao desejável aumento da esperança de vida;
-
Baixíssima taxa de natalidade, que se traduz já num défice de 945.000 crianças e jovens, com a distribuição etária que abaixo se apresenta, défice este que aumenta em 55.000 nascimentos por ano, ou seja, 6 por hora, e que, no caso do "Titanic", é equivalente ao alagamento que o levou a afundar-se.
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Infelizmente,
a
semelhança
não
se
fica
por
aqui,
uma
vez
que,
como
aconteceu
com
o "Titanic":
-
Não
há
baleeiras
para
todos;
-
Há
passageiros
já a
ocupar
algumas
das
baleeiras,
insistindo
em
levar
todos
os
seus
pertences,
invocando
"direitos
adquiridos";
-
Os
passageiros
de
3ª
classe
continuam
a
ser
distraídos
com
futebol,
telenovelas
e "entertainers"
de
"causas
fracturantes";
-
Pior:
no
passado
dia
28,
vimos
os
passageiros
de
1ª
classe entretidos
a
discutir
se a
orquestra
deve
tocar
uma
valsa,
um
tango
ou
um
chá-chá-chá!
-
Não
houve
uma
única
voz
a
falar
do
alagamento,
ou
seja,
em
iniciar
um
combate,
a
sério,
contra
a
política
e
cultura
anti-natalistas,
que
são
o
"iceberg"
que
pôs
a
Segurança
Social
em
situação
"Titanítica".
O
figura
abaixo
mostra
a
dimensão
actual
do
rombo,
e a
sua
projecção,
comparado
com
a
situação
em
1960.
Quando um navio está numa dramática situação destas, as medidas a tomar são:
Infelizmente, esse aviso não foi tomado a sério, pelo que terá que o fazer com maior vigor, tendo perdido uma excelente oportunidade de tornar a fazê-lo durante este último debate.
3 - Aligeirar o navio de pesos, sobretudo altos, pelo que, conforme a APFN tem afirmado, é inevitável o fim das reformas antecipadas e plafonamento das pensões mais elevadas, como o Governo tem vindo a anunciar.
No entanto, a APFN apresenta sérias reservas à redução da pensão em função do aumento da esperança de vida. Uma medida dessas, para além de penalizar algo que é bastante desejável, forçosamente terá que penalizar as mulheres (têm maior esperança de vida) e bonificar os fumadores e outros grupos que têm menor esperança de vida, o que não nos parece correcto.
3 - E, o mais importante, controlar o alagamento, nomeadamente:
- Fechar as portas estanques, deixando de apoiar (e muito menos promover) todas e quaisquer iniciativas que possam vir a produzir uma redução na taxa de natalidade;
- Pôr todas as bombas a funcionar na máxima potência, criando uma política de família, digna deste nome, de forte apoio aos casais com filhos, tanto mais quanto maior o seu número, na linha do que a APFN tem vindo a defender e a fazer.
- Incluído neste último ponto, a APFN tem vindo a recomendar fortemente a indexação das pensões ao número de filhos, bem mais razoável à proposta indexação inversa ao aumento da esperança de vida, até porque se trata da mais elementar justiça. Além disso, irá, simultaneamente, produzir uma redução do alagamento e dos pesos altos.
Olhando para a evolução da pirâmide etária (figura anterior), a APFN não pode deixar de se recordar de outra tragédia, que foi a queda da ponte de Entre-os-Rios, por, apesar de estar tão bonita à vista, cedeu por não ter aguentado a erosão dos seus alicerces, curiosamente numa altura em que o país também tinha um engenheiro como Primeiro-Ministro. Curiosamente, também, foi quem anunciou que a Segurança Social seria sustentável pelo menos nos próximos 100 anos, usando informações dadas por quem continua a ter a mesma responsabilidade de prestar o mesmo tipo de informações!
A APFN espera que o actual Primeiro-Ministro tome as medidas indispensáveis para que o Sistema de Segurança Social não tenha o mesmo destino quer do "Titanic", quer da ponte, vindo posteriormente a culpar apenas alguns técnicos pelo facto.
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30 de Setembro
de 2006 |
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